Wet Hot American Summer: Ten Years Later (1ª Temporada) (Netflix, 2017-); Criada por: Michael Showalter e David Wain; Direção: David Wain; Roteiro: Michael Showalter, David Wain, Krister Johnson, Sarah-Violet Bliss, Nicole Drespel, Fran Gillespie, Anthony King, Matthew Kriete, Christina Lee, Charles Rogers, Craig Rowin; Elenco: Amy Poehler, Paul Rudd, Elizabeth Banks, Michael Ian Black, Janeane Garofalo, Joe Lo Truglio, Ken Marino, A. D. Miles, Marguerite Moreau, Zak Orth, Michael Showalter, Christopher Meloni, Marisa Ryan, Molly Shannon, Chris Pine, Josh Charles, Lake Bell, Jason Schwartzman, H. Jon Benjamin; Número de Episódios: 8 episódios; Data de Lançamento: 04 de Agosto de 2017;
Lançado ao status de cult anos após sua estreia, o filme Mais Um Verão Americano (Wet Hot American Summer) tinha suas qualidades, além de apresentar ao mundo um talentoso elenco, do qual alguns nomes depois viriam a atingir um auge de sucesso imensurável. O retorno dos mesmos para a série da Netflix, em First Day of Camp, não foi de todo o ruim, mas a empreitada parecia mais se vender em cima dos nomes e aproveitar da repercussão do que justificar a reunião do vasto elenco para outro ano de acampamento. A promessa de um reencontro dez anos depois chega à Netflix dois anos após a primeira temporada e, entre os tantos nomes que simplesmente não retornaram e as novas adições, aqueles que dão as caras neste reencontro provavelmente devem se sair arrependidos de terem se dado ao trabalho. Ainda que em uma narrativa menos congestionada que na tentativa anterior, possível consequência indireta da redução no elenco, falta à série de Michael Showalter (Love) e David Wain, além de uma justificativa, criatividade para ir além do que já havia sido feito, sem sucesso. Sobra constrangimento e torna-se claro o desgaste dos criadores com as piadas, por fim acabando sem ter para onde ir.
Em Wet Hot American Summer: Ten Years Later o que encontramos são as mesmas piadas vistas anteriormente, todas requentadas e reutilizadas até exaustão. Se resta dúvida de que isso é feito é só perceber como algumas gags são repetidas sucessivamente três ou quatro vezes em uma mesma cena. Além desse desgaste que se causa, demonstra também a falta de criatividade que se apresenta, afinal, sem saber o que fazer, esta parece ser uma constante tentativa de se ganhar algum tempo em relação ao episódio, assim diminuindo a necessidade de ser desenvolver, apropriadamente, a narrativa. Isso vale independentemente para o fato do que se faz aceitável na extrapolação do cômico, onde o excesso se fazia uma das virtudes, ao menos no filme. Aqui chega a ser ridículo, porém, ironicamente, um desses acessos de excesso aos quais somos submetidos soa quase de maneira genial. Há uma cena entre o Reagan de Michael Showalter e o Bush de Michael Ian Black que parece sintetizar o cenário político que é lugar comum atualmente. O nível do que vemos constrange, mas o nível da realidade que encaramos parece tão igualmente deplorável que rir com o feito da sátira é, aqui, um dos raros e gratificantes momentos desta reunião.
Há um ponto no qual chegamos, entretanto, onde parece haver a desistência de sequer tentar. Os dois últimos episódios da curta temporada revelam muito disso e parecem deixar mais que óbvio que Wet Hot American Summer: Ten Years Later sofre com conflito de agendas. A impressão que se tem é que uma diária de filmagem reunia o máximo possível de atores e a parte desses em determinada cena era gravada. Posteriormente outros deviam ir quando pudessem e faziam sua parte na cena. O resultado são atores/personagens que estão na mesma cena, mas que nunca vemos juntos no mesmo quadro. Trucagem simples no audiovisual, comumente usada para quando atores interpretam mais de um personagem, o que até era comum na temporada anterior e que aqui vemos a frequência cair. A responsabilidade recaí na dinâmica dos diálogos e no timing, mas o segundo raramente é correto e o primeiro esbarra na repetitividade das piadas. Tudo vai por água abaixo quando há a tentativa de implementar uma espécie de metalinguagem, onde se assimila que o que vemos não passa daquilo que realmente é: uma produção audiovisual. A ideia é, no entanto, tão equivocada, e feita sem seguir qualquer critério plausível. Quando se chega a isso atestamos essa desistência dos responsáveis e temos de encarar a afronta que é a série. Uma perda de tempo sem tamanho que na falta de coragem em assumir seus problemas tenta assumir uma postura maior a que lhe cabe. Uma falácia dispensável.
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