Em homenagem ao dia internacional da Mulher, o Cine Eterno preparou uma seleção de 5 renomados filmes que apresentam as mulheres e seu universo como foco.  Antes de tudo, parabéns para todas as mulheres!

1- Erin Brockovich- Uma Mulher de Talento (2000)

No filme de Steven Soderbergh, a personagem título vivida por Julia Roberts (Excelente aqui) é mãe solteira de três filhos, trabalha numa firma de advocacia. Ela descobre que uma grande empresa está contaminando a água e causando doenças e problemas entre os habitantes locais, Erin então necessita convencer os infectados a cooperarem afim de processar e condenar a empresa em destaque.
É um filme que quebra paradigmas, retratando a dificuldade de uma mulher se afirmar no mercado de trabalho, ainda sendo mãe e sem os mais altos recursos intelectuais. Ainda mostra a garra de Erin de vencer a causa e não se deixar intimidar e lutar até o fim por justiça. Assim,  Steven Soderbergh afirma com maior ênfase: Sim, as mulheres podem!

 

2- Thelma & Louise (1991)

Thelma (Geena Davis) é uma dona de casa que está cansada da rotina monótona, decidindo então viajar e aproveitar com sua fiel amiga Louise (Susan Sarandon). Porém, as duas acabam sendo perseguidas pela polícia devido a um assassinato, iniciando assim uma jornada de fuga e, ao mesmo tempo, auto-descobrimento.
Considero um dos mais ousados e interessantes filmes do diretor Ridley Scott, que constrói duas personagens distintas, mas que se completam. Thelma é a típica oprimida pelo machismo local, já Louise luta para quebrar com o esteriótipo de fraqueza em relação as mulheres. A química das duas atrizes é notável, ambas com performances sublimes. O filme, portanto, é um grito por soberania feminina numa sociedade machista e conservadora.

 3- Tomates Verdes Fritos (1991)

Evelyn (Kathy Bates) é uma dona de casa oprimida que tem como fuga devorar doces, quando ela conhece Ninny (Jessica Tandy), uma senhora debilitada, inicia-se uma amizade movida a troca de experiências. A senhora conta as histórias de sua época, mostrando suas dificuldades em relação a a sociedade.
O longa é uma exaltação as mulheres de forma sensível, abordando também temas delicados, como a dificuldade delas se sobressaírem em uma sociedade patriarcal, a autonomia das mulheres, o companheirismo e independência feminina. É um filme muito delicado e emocionante, que mostra que o feminismo consegue sim se opor ao preconceito.

4- Norma Rae (1979)

Norma Rae (Sally Field num performance antológica) é uma mãe solteirona que ainda vive com os pais, trabalha como uma operária na indústria têxtil, onde as condições são desumanas. Quando conhece um partidário do sindicalismo (Ron Leibman), Norma então se identifica com suas ideias e vê no movimento sindical um meio de reivindicar melhores condições de trabalho, além de afirmação feminina.
O mais interessante do filme é a forma que aborda o sindicalismo nos EUA, muito repudiado pelos trabalhadores, porém que servia como oposição aos opressores chefes. Para Norma conseguir ser uma líder sindical, ela precisa desafiar a todos, inclusive seu pai, se engradecendo como mulher, servindo de referência para a causa.

5- Rosa Luxemburgo (1986)

Rosa Luxemburgo pode não ser um filme tão conhecido, porém é uma joia,  dirigida pela ótima Margareth Von Trotta, que consegue mostrar a grandeza da militante, oradora e teórica do Marxismo. No longa, acompanhamos os esforços de Rosa (Barbara Sukowa) em impedir a 1° Guerra Mundial, além de disseminar suas ideias, porém ela é traída inúmeras vezes e acaba sendo oprimida pela sociedade alemã.
Barbara Sukowa desempenha uma performance assombrosa (ganhadora da Palma de Cannes), conseguindo mostrar a genialidade da figura em destaque. O maior trunfo do filme, ao meu ver, é a construção de Rosa, uma incansável lutadora que tentava não só afirmar suas ideias, como também a si mesmo, numa sociedade machista e preconceituosa.
Trata-se de um filme onde, após o término, as ideias continuam ecoando no espectador, deixando-o assim próximo aos pensamentos de Rosa Luxemburgo que eram, antes de tudo, questionadores:  “Quem não se movimenta não sente as amarras que o prendem.” Bravo.

 

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