Missão: Impossível – Acerto de Contas: Parte Um” (“Mission: Impossibe – Dead Reckoning Part One”, 2023); Direção: Christopher McQuarrie; Roteiro: Erik Jendresen, Christopher McQuarrie; Elenco: Tom Cruise, Hayley Atwell, Ving Rhames, Simon Pegg, Rebecca Ferguson, Vanessa Kirby, Esai Morales, Pom Klementieff, Mariela Garriga, Henry Czerny; Duração: 163 minutos; Gênero: Ação, Aventura, Comédia, Thriller; Produção: Tom Cruise, Christopher McQuarrie; País: Estados Unidos; Distribuição: Paramount Pictures; Estreia no Brasil: 13 de Julho de 2023;

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(Divulgação/Imagem: Paramount Pictures/Christian Black)

Ao longo de toda a franquia “Missão: Impossível”, uma marca registrada dos filmes foi sempre a renovação através da visão de novos diretores, ainda que diretamente influenciados pelo que Brian De Palma estabeleceu no primeiro filme, no fim dos anos 90. Quase três décadas depois, continuar relevante é um feito para poucos, e os filmes da franquia assim conseguiram por algo que transcende o próprio produto. Ou, melhor dizendo, por aquilo em que se tornou o produto por si próprio: Tom Cruise, ator que, indiscutivelmente, se alçou ao posto de uma das maiores estrelas na história de Hollywood, tornando-se em sua própria marca, e tendo agora como objetivo principal atrair o público de volta aos cinemas fazendo o que for preciso. O ápice disso se deu ano passado, com “Top Gun: Maverick”, onde o astro e suas loucuras atraíram público suficiente para tornar a bilheteria do filme em uma das cinco maiores da história dos Estados Unidos. No entanto, enquanto aquele filme se rendia a um estado nostálgico coletivo para angariar empatia, “Missão: Impossível – Acerto de Contas: Parte Um” tem uma missão muito mais árdua, afinal, é o sétimo filme de uma franquia e, ao mesmo tempo em que precisa dar continuidade a história, também precisa de espaço para ser introduzido a novos espectadores.

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(Divulgação/Imagem: Paramount Pictures)

O “casamento” perfeito entre Christopher McQuarrie e Tom Cruise, portanto, passar por alguns reajustes devido ao status de sucesso do seu protagonista/produtor. Assim, mesmo já tendo estabelecido perfeitamente os fundamentos dessa nova era da franquia, “Missão: Impossível – Acerto de Contas: Parte Um” se readéqua para ter características ainda mais fundamentais a um filme evento, com isso surgem também alguns empecilhos. Há uma certa burocracia com a forma em que somos introduzidos a certos conceitos na história e reintroduzidos a personagens que já conhecemos. Por todas essas obrigações acabamos sendo fadados a uma verborragia de informações que tornam o primeiro ato do filme ligeiramente engessado. Isso porque McQuarrie têm um domínio tão hábil de sua narrativa, e conhece tão bem seu astro, que consegue estabelecer sequências empolgantes mesmo tendo que cumprir regras entediantes. A forma como se constrói e estabelece a tensão em cada momento necessário é completamente eficaz para envolver ao espectador, com uma execução que recompensa a quem se investe no filme. Contudo, sai um pouco da faceta mais sisuda do filme anterior, e entra numa pegada um pouco mais lúdica entre os personagens. Infelizmente, isso afeta de forma negativa ao filme quando mais precisa do choque emocional, contudo, no todo torna a aventura mais convidativa.

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(Divulgação/Imagem: Paramount Pictures)

Também é difícil estabelecer essa urgência narrativa toda porque, além das diversas obrigatoriedades que precisa cumprir, “Missão: Impossível – Acerto de Contas: Parte Um” é, afinal, apenas a primeira parte da história. Então, por mais que a narrativa seja de certa maneira conclusiva para o filme, não há uma finalidade, e são tantos elementos que algumas tramas ficam meio à deriva. A personagem de Pom Klementieff, por exemplo, merecia mais tempo em cena; o antagonista de Esai Morales, que está bem no papel, soa um pouco desconexo de seu confronto com o protagonista porque o “passado” entre os dois não é convincente. São escolhas que McQuarrie toma para seu filme e influenciam de uma ou outra forma. Em contrapartida, uma adição completamente positiva é a de Hayley Atwell, que recebe aqui uma personagem um pouco mais à altura do que realmente é como atriz, e funciona muito bem em cena com Tom Cruise. Os dois protagonizam juntos algumas das sequências de ação mais intensas do filme e a química entre ambos é chave tanto para a coordenação da ação, como para os momentos de alívio cômico dentro das mesmas. Entre o que funciona e não funciona das novas adições a franquia, é fato que tudo parece muito mais promissor para a segunda parte deste filme, inclusive um melhor desenvolvimento para aquilo que ameaça o mundo e coloca Ethan Hunt em um destino que parece ser final. Entretanto, é difícil imaginar o que Tom Cruise fará para superar as peripécias que apresenta em “Missão: Impossível – Acerto de Contas: Parte Um”, o certo é que tentará. Até lá, porém, é mais que suficiente para nos contentarmos com o que encontramos aqui.

Missão: Impossível – Acerto de Contas: Parte Um” – Trailer Legendado:

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