Direção: Neil Burger
Roteiro: Evan Daugherty, Vanessa Taylor
Elenco:  Shailene Woodley, Theo James, Kate Winslet
Estreia no Brasil: 17 de abril de 2014
Gênero: Ação, Aventura
Duração: 140 minutos

Desde o fim da saga Harry Potter, uma das mais lucrativas da história do cinema, há um anseio por parte dos estúdios a fim de ocupar seu posto como bem sucedida e aclamadas franquia juvenil. Divergente trata-se de mais uma tentativa, porém que esbarra em todos os equívocos do gênero, se mostrando um desperdício de esforço, material e elenco.

O principal erro do longa é justamente no roteiro, principal fraqueza dessas sagas. Apesar de ter uma premissa original, a estória é pouco envolvente e desenvolvida, sendo entediante em inúmeros momentos, tendo uma péssima abordagem, proporcionando a apatia por parte do amplo público. No enredo, o mundo pós-guerra tenta se reconstruir, dividindo a população em cinco facções, cada uma delas com uma tarefa predeterminada. Beatrice Prior (Shailene Woodley) é uma jovem filha da facção filantrópica que também preside a sociedade, ela se sente deslocada e acredita que poderá ir para outro grupo, visto que terá que fazer um teste psicológico que vai determinar seu destino. Mas, após ser submetida ao mesmo, ela tem um resultado inconclusiva, o que significa que ela é uma divergente, grupo distingo que não se encaixa a uma facção própria, apresentando características de todas.

 

Ter essa habilidade nessa sociedade é um atestado de morte, então a jovem escolhe o grupo paramilitar da sociedade, tendo que reinventar sua vida, se adaptar e esconder sua verdadeira natureza. Em determinado momento, ela descobre um plano da “Erudita”, grupo culto da sociedade que é liderados por Jeanine (Kate Winslet), em subjugar sua facção natal, assumindo portanto o governo. Beatrice então precisa achar uma forma de salvar a si mesmo e ao mundo de mais um novo conflito.

Premissa interessante, mas pessimamente desenvolvida, com um filme maçante e desinteressante, com mais de duas horas de duração que apresentam apenas poucos momentos realmente empolgantes. A direção de Neil Burger é engessa e pretensiosa, fica visível a tentativa dele de impor o filme como uma nova e bem sucedida franquia, porém que fica distante da realidade. Vale ressaltar também a falta de um momento de grande climax, no qual o espectador encontra-se no auge do envolvimento, até as cenas de pura ação são estéreis de algum sentimento, fica naquele formato convencional de assistir a uma jovem superando suas limitações e fazendo o impossível para ser a heroína da vez, mas o máximo que consegue ganhar do público é indiferença.

O que mais dói é ver uma atriz no patamar de Kate Winslet ser desperdiçada de tal forma, tendo uma performance pra lá de caricata e forçada, com uma personagem ainda de extremo mal gosto, longe do ideal para uma ganhadora do Oscar. Shailene Woodley mostra vigor e garra na oportunidade que lhe foi dada, afinal  há forma melhor de uma jovem atriz se afirmar que uma franquia juvenil? Porém o roteiro e a direção a limitam muito, proporcionando poucos momentos nos quais ela consegue ter momentos realmente notáveis, ainda assim Shailene se reafirma como uma promissora atriz, mas que deve tomar cuidado com os projetos que escolhe.

O longa conseguiu render quantia abaixo do esperado, porém já garantiu suas três continuações, o que implica no caso onde a qualidade e o sucesso caminham em caminhos opostos. É um projeto que tenta ser maior do que de fato é, os fãs mais radicais da obra original, escrita por Veronica Roth, talvez se sintam mais satisfeitos, porém para o vasto público há a sensação de apatia num filme de poucas qualidades e muitos defeitos. Resta apenas esperar que a sequência, que conta com Robert Schwentke (de Reds- aposentados e perigosos) como diretor, vá na contramão desse decepcionante primeiro capítulo. Parece difícil, mas não custa sonhar.

~TRAILER LEGENDADO~

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