[sg_popup id=”9″ event=”onload”][/sg_popup]O Passageiro (The Commuter, 2018); Direção: Jaume Collet-Serra; Roteiro: Byron Willinger & Philip de Blasi e Ryan Engle; Elenco: Liam Neeson, Vera Farmiga, Patrick Wilson, Sam Neill, Jonathan Banks; Duração: 104 minutos; Gênero: Ação, Suspense; Produção: Andrew Rona, Alex Heineman; País: Estados Unidos; Distribuição: Imagem Filmes; Estreia no Brasil: 08 de Março 2018;
Até uns anos atrás, Liam Neeson era mais lembrado pelo clássico “A Lista de Schindler”, onde interpretou o personagem título – Oskar Schindler, um alemão que viu na mão de obra judia uma solução barata e viável para lucrar durante a Segunda Guerra. Com o status de astro, Neeson participou de blockbusters como “Star Wars: A Ameaça Fantasma”, “Batman Begins” e “Cruzada”. Eis que em 2008, o ator protagonizou um filme que mudaria os rumos de sua carreira – Busca Implacável (Taken no original). O excelente filme produzido por Luc Besson trazia o ator vivendo um agente aposentado da CIA que faz de tudo para salvar a filha sequestrada por uma quadrilha internacional especializada em tráfico de mulheres. A produção foi um sucesso inesperado e estrondoso, arrecadando 225 milhões pelo mundo todo, sendo 145 milhões só nos Estados Unidos, resultando em mais dois filmes. A duas continuações renderam então mais 300 milhões cada e Neeson acabou responsável por uma franquia praticamente bilionária. Sendo assim, o nome do veterano virou sinônimo de um legítimo pai que salva sua família de todos os perigos e em todas as situações e lugares possíveis. Depois de um avião em “Sem Escalas” (outro grande sucesso), chegou a vez de um trem.
Aqui, Liam Neeson interpreta um vendedor de seguros que faz o mesmo percurso de metrô todos os dias para voltar para casa. Em uma das viagens, ele acaba forçado por uma estranha a descobrir a identidade de um dos passageiros do trem e que vai descer na penúltima parada. Com a rotina quebrada, ele acaba se encontrando no meio de uma ação criminosa.
O Passageiro já começa com uma das melhores aberturas dos últimos anos. Em um jogo de montagem e direção, somos introduzidos na rotina do agente e sua família, com diversas passagens de tempo em frações de segundos. Por exemplo, em determinada cena o protagonista entra em um dia de sol no carro com sua esposa e, com cortes rápidos, vemos diversos momentos deles, juntos ali com o passar dos meses e, quando ele desce, está nevando. Talvez não seja algo tão original, mas é essa vontade de não fazer apenas o feijão com arroz básico que torna o filme interessante. Jaume Collet-Serra já é sem dúvidas um dos diretores mais talentosos da atualidade. É dele outros dois filmes de Neeson, “Sem Escalas” e “Desconhecido“, além de outros sucessos como “A Casa de Cera”, “A Órfã” e “Águas Rasas“, com Blake Lively. Ele é um dos poucos nomes que consegue mostrar uma identidade própria em seus trabalhos, com produções acessíveis e que agradam ao público, os produtores e a crítica. Graças ao seu domínio, O Passageiro vai além do pipocão, sendo um show visual, com momentos inspirados de uma câmera que percorre e aproveita cada centímetro do metrô, praticamente o único cenário durante toda a sessão. As cenas de ação são igualmente bem filmadas e coreografadas, além daquela extravasada básica no orçamento que é o momento em que o trem descarrilha (já está no trailer) e deixa o espectador sem fôlego.
Como nem tudo é só pipoca e diversão, talvez a única ressalva em O Passageiro sejam os personagens secundários. Em “Sem Escalas” tínhamos Julianne Moore, uma garotinha e vários personagens interessantes dentro do avião para ficarmos na torcida de serem salvas pelo “herói”. Aqui, os coadjuvantes são bem apáticos, seja a família ou os passageiros do trem, e ganham pouco desenvolvimento, talvez em uma tentativa de não sobressair nenhum suspeito e manter o mistério da trama. O destaque feminino do cast é Vera Farmiga (de “Bates Motel” e “Invocação do Mal“), mas a atriz interpreta a mulher misteriosa que comanda a missão e passa a maior parte do tempo fora da tela. O longa acaba virando então o projeto mais dependente de Neeson, que carrega tudo nas costas, conquistando o espectador sem precisar apelar para piadinhas ou sorrisinhos. Fora ser ótimo nas cenas de luta, só um ator do seu calibre consegue mostrar nas suas feições toda a angústia e sufocamento do personagem que está literalmente preso naquele ambiente e em um jogo perigoso. Sua figura é tão forte em cena por si só que a projeção passa como um trem em alta velocidade – desculpa o trocadilho!
“The Commuter” chega pra firmar ainda mais Liam Neeson como um dos melhores astros do gênero, em pleno auge aos 65 anos! Com quase 100 milhões já arrecadados pelo mundo, se depender da resposta do público esta não vai ser a última empreitada de Jaume e Neeson. Que venha o navio e muitos outros porque a pipoca é garantida!
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