Direção: James Wan
Roteiro: Chad Hayes e Carey W. Hayes
Produtores: Rob Cowan, Tony DeRosa-Grund
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Lili Taylor, Ron Livingston
País de Origem: Estados Unidos da América
Estreia no Brasil: 13 de Setembro de 2013
Estreia Mundial: 19 de Julho de 2013
Duração: 112 minutos
INVOCAÇÃO DO MAL CUMPRE COM A MAIORIA DAS SUAS PROMESSAS E CONSEGUE, FACILMENTE, DESTAQUE COMO UM DOS MELHORES FILMES DE TERROR /SUSPENSE DO ANO.
Já faz um bom tempo que o cinema de terror peca no quesito qualidade. Os filmes não têm mais cuidado técnico, os roteiros ficam cada vez mais absurdos, sequências e mais sequências chegam sem a menor preocupação de considerar que talvez tenha algum espectador que as estejam acompanhando (vide franquias como Sexta-feira 13 e até, ironicamente, Jogos Mortais). Invocação do Mal é uma rara exceção a essa maldita regra.
O filme é centrado na família Perron que se muda para uma casa no interior, buscando uma nova vida. Claro que coisas estranhas começam a acontecer nesse local e cabe ao casal Warren (Vera Farmiga e Patrick Wilson) resolver a situação. A princípio a história é extremamente clichê e não surpreende em quase nada. O que fará diferença, entretanto, será a sua técnica e a sua direção.
James Wan (Jogos Mortais) continua mostrando o quanto é competente na direção, repetindo fórmulas que deram muito certo em Sobrenatural e que persistem em arrepiar na maioria dos momentos do filme. Em um de seus momentos mais inspirados, ele aposta em um plano- sequência no qual somos apresentados a toda família – evitando cenas e diálogos desnecessários de introdução que a maioria dos diretores insistiria em usar -, ao passo que já sabemos os tristes acontecimentos que não tardarão a ocorrer.
Essa cena, além de servir como um excelente contraponto ao resto do filme, nos destaca a fotografia muito precisa de John R. Leonetti (Sobrenatural) que, sem dúvida, talvez seja um dos pontos altos do filme. Desde o inicio vamos vendo como as cores vão ficando cada vez mais frias dentro da casa. Assim como os planos vão ficando cada vez mais fechados.
Invocação do Mal utiliza os clichês que todos os filmes de terror têm, no entando, isso não chega a ser um ponto negativo, uma vez que consegue os utilizar de maneira bem eficaz, criando uma atmosfera crível para as situações da película, vide momentos no qual há uso de barulhos como portas fechando, pássaros batendo na casa (elementos que criam um universo diegético bastante apavorante e que auxiliam na máxima experiência do espectador). James Wan, mais uma vez, mostra o quanto é fã de Hitchcock e quanto o referencia, desde a criação do suspense (através da demora para realizar um corte ou uma ação) ou até no momento em que recria, de certa maneira, uma cena de Os Pássaros – claro que não com o mesmo brilhantismo do mestre.
Um dos maiores erros do filme é o de apostar na velha desculpa de ser baseado em fatos reais, estratégia que acaba sendo falha quando começamos a ver os acontecimentos que ocorrem na casa, isso acaba descridibilizando o filme e que, tranquilamente, poderia nem ter sido comentado, visto que a história em si já é assustadora o suficiente, mesmo que a premissa da fita já tenha sido utilizada por outros como Horror em Amityville, por exemplo. Outro equívoco, principalmente por parte da divulgação, (e que já foi cometido por Atividade Paranormal) é o de mostrar reações da platéia e que acaba criando uma expectativa que não será, necessariamente, correspondida pelo filme.
Com uma direção bem aplicada e com um roteiro, a despeito de alguns problemas, bem estruturado, Invocação do Mal cumpre com a maioria das suas promessas e consegue, facilmente, destaque como um dos melhores filmes do gênero terror/suspense do ano.
1 Comment
Pingback: Crítica | Invocação do Mal 2 (2016) - Cine Eterno - Cinema Sem Fronteiras