[sg_popup id=”9″ event=”onload”][/sg_popup]Os Farofeiros (2017); Direção: Roberto Santucci; Roteiro: Paulo Cursino; Elenco: Cacau Protásio, Maurício Manfrini, Daniele Winits, Aline Riscado, Antônio Fragoso, Charles Paraventi, Elisa Pinheiro, Nilton Bicudo; Duração: 99 minutos; Gênero: Comédia; País: Brasil; Distribuição: Downtown Filmes; Estreia: 8 de Março de 2018;
Em determinado momento da projeção de Os Farofeiros, que estreia nessa quinta-feira nos cinemas do país, seus personagens estão em uma sessão de cinema assistindo uma espécie de sátira ao “Minha Mãe é uma Peça“. Renata, personagem de Danielle Winits, profere “absurdos” sobre como os filmes brasileiros do gênero são apelativos e sem graça – típico comentário daqueles haters ferrenhos de cinema nacional que costumamos ver por aí. Logo, todas as pessoas da sala se viram para a tela e olham para o espectador na melhor forma – julgando você. Sim, você mesmo, que está pensando a mesma coisa naquele momento. Estaria o espectador sendo rigoroso e chato demais com o filme ou Os Farofeiros é mesmo um “engodo”?
Na comédia dirigida por Roberto Santucci, quatro colegas de trabalho se programam para curtir o feriado de final de ano reunidos como suas famílias em uma casa da praia. Chegando lá, o local é uma tremenda furada.
É tempo de vacas magras para as produções nacionais. Em uma “era” onde lançam cada vez mais blockbusters americanos, o cinema parece ter virado um lugar para assistir apenas filmes de proporções e orçamentos grandes, restringindo o número de público que vai conferir os novos lançamentos da Globo Filmes e cia. Santucci é o responsável pela direção de diversos sucessos da produtora, entre eles “De Pernas pro Ar”, “Até que a Sorte Nos Separe”, “Loucas Pra Casar“, “Um Suburbano Sortudo” e “Qualquer Gato Vira-Lata 2“. Todas produções que levaram milhões de espectadores aos cinemas, aumentando as expectativas para esse novo lançamento. Assim como “Fala Sério, Mãe!” (que fez consideráveis 2,5 milhões de espectadores agora no final do ano), Os Farofeiros tenta pegar o público pela identificação. Só pelo trailer já dá pra ter plena noção dos perrengues que os personagens passam e que muita gente também enfrentou nesse final de ano – trânsito, praia lotada, criança querendo ir no banheiro no meio do engarrafamento ou aquela casa alugada na parceria e que não é como nas fotos.
Realmente, as identificações acontecem aos montes, mas o texto de Paulo Cursino é bem pífio e as cenas mais inspiradas já estão no trailer. Existem pouquíssimas piadas boas e mais algumas tentativas de forçar gírias que não dão muito certo. Com falta de roteiro, acaba sobrando pro humor físico, onde cada elemento errado da casa parece servir para gerar alguma situação estilo vídeo cassetadas do Faustão – piscina verde e gosmenta, chuveiro que dá choque, sofá quebrado, proteção furada nas janelas… Alguns momentos até funcionam, mas em sua maioria são totalmente exagerados. Exemplos perfeitos disso são as cenas em que dois mosquitos feitos digitalmente conversam (que desperdício no orçamento!) ou a “referência” aos filmes de terror no melhor estilo Samara saindo da piscina.
Para não dizer que tudo é um desastre, o elenco tem uma sintonia incrível e uma força de vontade para que tudo funcione. Com protagonistas que geralmente servem de escada para outros comediantes mais famosos, Mauricio Manfrini (o Paulinho Gogó) e Cacau Protásio dão um show de simpatia. Não só eles, mas todo o elenco parece se divertir muito em cena e consegue contagiar o espectador. Outros destaques são a fofa Elisa Pinheiro, Antônio Fragoso, Nílton Bicudo, Aline Riscado (em sua estreia no cinema) e Daniele Winits, que interpreta aquele mesmo estereótipo de “perua de classe média” que fez em “Até que a Sorte Nos Separe”.
Finalizando, gostaria de poder responder a pergunta do primeiro parágrafo de uma forma mais positiva, mas Os Farofeiros acaba caminhando mais pro sentido do engodo mesmo. O povo que vai ao cinema pode até se identificar e encontrar alguma graça relembrando as furadas que já passou, mas dificilmente tirará alguma risada do filme que pagou pra ver.
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