Gênero: Drama/Comédia
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Steven Coogan e Jeff Pope
Elenco: Judi Dench, Steven Coogan, Michelle Fairley
País de Origem: Inglaterra
Estréia no Brasil: 14 de fevereiro de 2014
Estréia Mundial: 27 de novembro de 2013
Duração: 98 minutos
Em meio ao interior da Irlanda, jovens que se consideram “pecadoras” por terem engravidado precocemente pagam para entrar num convento, onde são submetidas a trabalho semi-escravo, seus filhos são retirados e posteriormente vendidos para o exterior. Neste contexto, Philomena Lee (Judi Dench) inicia uma odisseia, 50 anos depois de ter perdido seu filho, com a influência e auxílio de um jornalista ( Steven Coogan), que apesar da resistência, aceita contar a história de Philomena, o que ele classifica como “história de interesse humano”.
A premissa inicial pode parecer, aparentemente, simples, porém realmente “Philomena” trata-se de um drama despretensioso, tocante e simplório. É interessante ver como o filme conseguiu tanta atenção, fato que pode ser justificado pela maciça campanha de divulgação encabeçada pela “The Weinstein Company”, conseguindo 4 indicações ao Oscar, incluindo surpreendentemente melhor Filme, o que soa um tanto que exagerado se levar em consideração que o estúdio tinha em mãos “Álbum de Família” e “Fruitvale Station”, ambos um tanto que subestimados.
Um dos trunfos do filme é o ótimo roteiro, que consegue encontrar um equilíbrio entre o drama e a comédia, além de desenvolver muito bem os personagens , a relação entre eles e o impacto de cada nova descoberta na busca. A grande deficiência que se pode apontar é a falta de ousadia em abordar questões mais delicadas e polêmicas, como o fato da crítica contra a Igreja Católica ser feita de forma muito sutil e pouco incisiva.
Falando das qualidades técnicas, um dos pontos fortes é a encantadora trilha sonora composta por Alexander Desplat, um compositor que vem mostrando em cada trabalho que terá um primoroso futuro. A direção de Stephen Frears, mesmo de A Rainha e Os Imorais, é um tanto que convencional, mesmo que tocante. Limita-se muito o potencial dos personagens e das situações entre eles, falta tanto ousadia em Frears quanto no roteiro que lhe é dado.
A performance de Judi Dench é soberba, conseguindo se expressar notavelmente e variar o tom entre a profunda dor de uma mãe junto a esperança de uma fiel católica que a faz ainda seguir em frente. Assim, a veterana aproxima Philomena do público e causa emoção por parte do espectador. Steven Coogan consegue ter um desempenho acima da média, surpreendendo pela capacidade que demonstra.
Encantador, emocionante e divertido são características que podem definir “Philomena”, porém tenho que reiterar que é um tanto que desconfortante sua nomeação ao Oscar, deixando de lado excepcionais longas, como “Rush- No Limite da Emoção”, “Blue Jasmine” e “Os Suspeitos”. Não é uma obra que será eternizada, sem duvidas, porém os seus 15 minutos de fama devem ser aproveitados ao máximo, podendo então agradar e emocionar a muitos que se arriscarem neste ótimo retrato de uma mãe que confronta seu passado e a si mesmo para encontrar o filho. É clichê, mas ainda assim gracioso.
~TRAILER LEGENDADO~
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