Direção: David O’Russell
Roteiro: Eric Warren Singer e David O’Russell
Elenco: Christin Bale, Amy Adams, Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Jeremy Renner
Produção: Megan Ellison, Jonathan Gordon, Charles Roven, Richard Sucle
Trilha Original: Danny Elfman
Fotografia: Linus Sandgren
Gênero: Drama
Estreia Mundial: 20 de Dezembro de 2013
Estreia no Brasil: 7 de fevereiro de 2014
Duração: 138 minutos

Se não fosse pelo lobby do Oscar e o seu grande elenco, duvido muito que Trapaça tivesse todo esse falatório a seu respeito. Sem decidir o caminho que quer seguir, o diretor aposta em todos os possíveis: uma hora estamos num filme de máfia, outra num policial, outra numa comédia e, no final, o que acontece é que você não se importa com nenhum dos personagens, visto que eles não são desenvolvidos o suficiente.

Já que os roteiristas não conseguem desenvolver uma narrativa interessante, o peso do filme fica nas atuações e são elas que o salvam do completo desastre. Christian Bale (Flores do Oriente) e Amy Adams (O Mestre) estão divinos e convencem muito bem no papel de casal golpista. Bradley Cooper de uns tempos pra cá resolveu ser uma ator mais sério, mas sua cara de paisagem não mudou muito. Ele não chega a atrapalhar, mas é visível a sua insuficiência diante dos outros dois. Enquanto isso, Jennifer Lawrence (Inverno da Alma), sempre que está na tela, rouba a cena mesmo não tendo muito tempo de performance na fita.

A direção de David O’ Russell (O Lado Bom da Vida) – o novo queridinho de Hollywood – não está muito diferente de seus filmes anteriores. Sempre querendo aparecer mais que seus personagens, ele não perde a oportunidade de usar uma câmera em movimento, de fazer um close-up, enfim, de mostrar que está ali o tempo inteiro. Esses modismos não chegam a atrapalham a experiência, mas podem (como acontece sempre comigo) tirar o espectador do foco da história, uma vez que não auxiliam narrativamente. Além disso, percebe-se, desde o início da projeção, a vontade que ele tem de referenciar Martin Scorsese através do uso de narrações em off, dos letreiros, entretanto tudo isso acaba soando forçado.

Enquanto o roteiro e a direção falham, os aspectos técnicos conseguem redimir o resto do filme, principalmente o figurino que remonta a época de maneira perfeita através das vestimentas de todos os personagens. Além disso, as locações transformadas e a proporia trilha sonora do filme recriam os anos 70 a tal ponto que realmente acreditamos que os personagens estão nessa década.

Funcionando muito mais como um cassa-níquel de Oscar, Trapaça não consegue convencer em nenhum dos vários gêneros a que se propõe. Para funcionar, um filme precisa da união de vários elementos que funcionem em sintonia. Infelizmente o que ocorre aqui é que temos um ótimo elenco, mas sem uma base necessária para que consigamos nos importar com seus personagens e seus destinos.

~TRAILER LEGENDADO~

About the author

Editor-Chefe do Cine Eterno. Estudante apaixonado pelo universo da sétima arte. Encontra no cinema uma forma de troca de experiências, tanto pelas obras que são apresentadas, quanto pelas discussões que cada uma traz. Como diria Martin Scorsese "Cinema é a importância do que está dentro do quadro e o que está fora".

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