Título Original: Kingsman: The Secret Service
Direção: Matthew Vaughn
Roteiro: Jane Goldman e Matthew Vaughn
Elenco: Colin Firth, Taron Egerton, Samuel L. Jackson, Michael Caine, Mark Strong, Sofia Boutella
Produção: Adam Bohling, Matthew Vaughn e David Reid
Estreia Mundial: 29 de Janeiro de 2015
Estreia no Brasil: 05 de Março de 2015
Gênero: Ação/Aventura
Duração: 129 minutos
Classificação Indicativa: 16 anos.
Após a morte de um importante membro, a organização de espionagem ultra secreta, Kingsman, inicia sua busca por um substituto. Para as seleções, cada integrante deve indicar um jovem promissor para poder concorrer a uma vaga. Galahad (Colin Firth) vê em Eggsy (Taron Egerton) a melhor escolha e decide treiná-lo. No meio de tudo isso, surge uma grande ameaça representada em Valentine (Samuel L. Jackson) um grande empresário que criou um chip inserido no pescoço das pessoas que promete possibilitar o uso de toda a rede de celulares de graça, entretanto, seu objetivo com isso é manipular a vontade e humor das pessoas, cabendo, então, aos Kingsman e a Eggsy tentar salvar o mundo.
Depois de grandes acertos como Kickass: Quebrando Tudo e X-Men: Primeira Classe, Matthew Vaughn, mais uma vez bebendo dos quadrinhos, tenta emplacar uma produção cujo tema gira em torno de espionagem internacional. E se tem uma coisa em que ele é extremamente competente é na criação de mundos fantásticos com um pé na realidade, assim como fez nos seus trabalhos anteriores. Os cenários, os gadgets e a própria linhagem dos Kingsman são deveras interessantes. Sim, dá vontade de ser um Kingsman; dá vontade de ter aquela caneta com veneno ativado à distância ou de ter o guarda-chuva que vira escudo. Entretanto, quando nos deparamos com aspectos mais técnicos como a direção propriamente dita, parece que estamos lidando com outro diretor. Nos momentos de ação da película, parece que Vaughn resolve tomar um café e entrega a condução do filme para o estagiário de 15 anos que recém descobriu a existência de cortes; de câmera em primeira pessoa ou até de agilidade na cena. É impossível entender o que está acontecendo quando temos uma luta ou uma cena que exija uma maior agilidade narrativa. Ele acelera o tempo, transforma a câmera em subjetiva, bota câmera lenta, depois acelera, para, corta, volta, muda o eixo, uma explosão e, por fim, o espectador está vomitando ou está levemente tonto. Se em Interestelar tínhamos Christopher Nolan tentando consertar a sua dificuldade de estabelecer uma geografia de cena “legível”, aqui temos Vaughn chutando o balde e ignorando totalmente qualquer convenção.
Por outro lado, as atuações e o roteiro são responsáveis por maquiar esses exageros cometidos pelo diretor. Colin Firth, Michael Caine e Mark Strong estão impecáveis como agente secretos, mas a grande surpresa fica com o novato Taron Egerton que em nenhum momento fica pequeno perto desse time de gigantes. A maioria das produções aposta em um iniciante e coloca os coadjuvantes para, de certa forma, “roubar” o espaço do protagonista, muitas vezes por receio de dar muito espaço ou abertura para um ator desconhecido. Surpreendentemente, Kigsman vai na contramão dessa ideia e aposta forte em Egerton. E acerta. Ele não se deixa apagar, mesmo quando está ao lado de Samuel L. Jackson que, por sinal, funciona maravilhosamente bem como vilão caricato e perturbado com um plano megalomaníaco, é claro. O roteiro, baseado nos quadrinhos de Mark Millar e Dave Gibbons, é muito bem construído, desde sua estrutura para apresentação de personagens e objetos, até nas suas surpresas e reviravoltas, mesmo quando se trata de uma história recheada de clichês do gênero.
Kingsman se mostra uma bela surpresa de início de ano, consegue aliar humor e aventura de maneira orgânica, sem parecer forçado ou até sem sentido. Lembra muito os filmes do 007 e até tem uma pontinha do sentimento que temos ao ver Indiana Jones. Isso tudo com uma mística e abordagem diferente dos filmes citados, pois temos como cenário a Inglaterra com todo o seu charme e além disso, temos como personagens principais membros de uma sociedade secreta de “gentlemans” para dar um toque ainda mais britânico. Todos esses clichês e exageros se inserem de maneira bastante satisfatória, criando uma atmosfera muito intensa e que funciona, ainda que a direção de Vaughn escorregue nas cenas de ação.
TRAILER LEGENDADO
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