“Black 47” de Lance Daly que fala sobre a colonização britânica forçada da Irlanda, onde um herói de guerra considerado traidor na própria terra por ter lutado pela coroa inglesa agora precisa vingar a morte de sua família pelas próprias mãos dos ingleses. Com linguagem televisiva, apaga excelentes coadjuvantes Hugo Weaving (“Matrix”, “O Senhor dos Anéis”), Stephen Rea (“Traídos pelo Desejo”) e Jim Broadbent (“Moulin Rouge”, “Iris” e “As Aventuras de Paddington 2“) por um protagonista sem carisma ou química, o que sai ainda mais prejudicado pela montagem que parece indicar onde irá inserir os comerciais da TV. Sem falar em uma ação picotada, mal coreografada e suspense morno com suposta sequência de clímax fake.
“L’Empire de la Perfection – In The Realm of Perfection” de Julien Faraut, é um documentário interessantíssimo. Analisando a jogabilidade do famoso tenista John McEnroe através de imagens de arquivo, o filme dá uma aula de decupagem e de amor ao próprio cinema e o que significa fazer um filme, pois o próprio jeito de McEnroe jogar era em si próprio cinematográfico.
“Apatride” de Narjiss Nejjar aborda o exílio da protagonista argelina no Marrocos sendo forçada a se casar contra vontade. Fotografia belíssima que coloca as cores para falar no lugar das palavras, realçando silêncios – apesar de já termos visto essa história antes contada de outras formas – aqui numa equipe formada majoritariamente por mulheres.
“Maki’la” de Machérie Ekwa Bahango é um filme extremamente original. Seguindo personagens extremamente carismáticos e amalucados por uma periferia africana, vão cometendo pequenos crimes à margem da sociedade, mas com linguagem cinematográfica colorida e pulsante. A protagonista feminina domina a cena sem dever nada a nenhum dos homens que a ameaçam pelo caminho.
A 68º edição do Berlinale vai até 25 de Fevereiro de 2018. Fiquem atentos para nossa cobertura.
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