Direção: Marcus Baldini
Roteiro: Mônica Martell, Suzana Garcia e Patricia Corso
Elenco: Mônica Martelli, Paulo Gustavo, Daniele Valente, Humberto Martins, Eduardo Moscovis, Marcos Palmeira, Herson Capri.
Produção: Karen Castan e Fernando Fraiha
Estreia no Brasil: 29 de maio de 2014
Gênero: Comédia
Duração: 108 minutos
Sempre fico com um pé atrás quando escuto que tal filme é adaptação do teatro, pois, muitas vezes, as linguagens são confundidas e, principalmente nesse gênero, parece que estamos em uma sitcom americana. Os Homens São de Marte…E É Pra Lá Que Eu Vou, não sofre desse mal ou cai nessa tentação, porque, explora bem os cenários, aproveitando para criar várias situações cômicas as quais funcionam muito bem. O pecado, está no roteiro que é extremamente previsível e clichê, focando demasiadamente no drama. Porém, ao colocarmos na balança com os outros 90% das comédias brasileiras, o saldo até que é bem positivo.
Fernanda (Mônica Marteli) entra em desespero ao perceber que está com quase 40 anos e é solteira, além disso nunca casou (não que isso faça muita diferença, mas, para a personagem é um agravante da situação). Para piorar o drama, o seu trabalho é produzir festas de casamento, então, tudo conspira para que a paranóia aumente. Durante a projeção vamos acompanhando a saga de Mônica na sua busca pelo marido (nem falo em amor, porque ela pensa em casar com um homem que acabou de conhecer, é doentio).
Como o nome da produção já sugere, temos aqui uma mulher extremamente desequilibrada, mais que isso, desesperada. Quando isso acontece, seja com quem for, as pessoas tendem a realizar algumas loucuras, através delas surge a identificação, praticamente instantânea, com a personagem. Isso ocorre mais com as mulheres é claro (estamos lidando com uma protagonista feminina), no entanto, algumas de suas atitudes são universais, ambos os gêneros já cometeram. Portanto, classificar o filme como para mulher (como o título também sugere) é uma falácia precipitada.
A maioria dos perrengues pelos quais Fernanda passa, lembram muito o cotidiano das relações amorosas, ou melhor, das buscas por uma relação. A partir daí, surgem as melhores sequências do filme, sendo o riso, portanto, inevitável. Ademais, os coadjuvantes, principalmente o personagem de Paulo Gustavo (que muitas vezes acaba por aparecer demasiadamente), conseguem auxiliar ainda mais no humor e no tom do filme. No entanto, o roteiro acaba por estragar a experiência em diversos momentos.
Conforme a narrativa vai se desenvolvendo, somos apresentados aos pretendentes da personagem principal, e cada um desses homens e sua história acaba soando extremamente episódico. Ela conhece, ele parece ser perfeito, mas tem um defeito imperdoável. Isso se repete 3 vezes no filme, mostrando uma preguiça de desenvolver um pouco mais o arco – reforçando, também, a ideia de que a protagonista não aprende com seus erros -. Passada essa parte, começa o episódio de participação especiais. A partir desse momento, vários “famosos” vão aparecendo por alguns segundos, apenas para fazer alguma piadinha, sem acrescentar em nada a história. Depois dessa pequena pausa, resolvem arranjar maneiras de começar a resolver o conflito. Enfim, não é muito difícil para adivinhar o que acontece logo depois.
Passando por altos e baixos, Os Homens São de Marte…E é Pra Lá Que Eu Vou, consegue se sair melhor que a maioria das outras “Globochanchadas”, as quais não tem motivo nenhum para estar no cinema -a não ser tirar espaço de outras realizações cinematográficas- e muito disso se deve ao diretor Marcus Baldini (Bruna Surfistinha) que conduz muito bem a maior parte da película. A despeito do enredo repleto de clichês de romance e da busca pelo homem ideal, a produção consegue trazer boas risadas, cumprindo a sua função principal.
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