Direção: Cris D’Amato
Roteiro: Sylvio Gonçalves, Rodrigo Nogueira e Marcelo Saback
Elenco: Giovanna Antonelli, Reynaldo Gianecchini, Fabíula Nascimento, Thalita Carauta, Emanuelle Araújo, Marcello Airoldi.
Produção e Produção Executiva: Julio Uchôa
Estréia no Brasil: 20 de Março de 2014
Gênero: Comédia RomanticaDuração: 90 minutos
S.O.S. Mulheres ao Mar é mais um filme estilo especial de fim de ano da Globo que cai de paraquedas, infelizmente, nas salas de cinemas brasileiros, tirando lugar de outras ótimas produções nacionais que não conseguem uma distribuição digna.
A comédia brasileira, nos últimos anos, passa por uma intensa dicotomia. Na internet, temos o excelente Porta dos Fundos que, através de suas esquetes, conseguiu não só garantir um público fiel como, trazer um humor de qualidade. Enquanto isso, a televisão e o cinema (se é que podemos fazer esse diferença quando nos referimos Globo Filmes) ainda insistem em investir em filmes como S.O.S. Mulheres ao Mar que além de não ser engraçado, não tem cuidado técnico algum.
Após o término inesperado de seu relacionamento, Adriana (Giovana Antonelli) decide ir a um cruzeiro acompanhada de suas amigas Luíza (Fabíola Nascimento) e Dialinda (Thalita Carauta) para tentar reconquistar seu ex-marido Eduardo (Marcello Airoldi) que irá para o mesmo navio em lua de mel com sua nova amante a atriz Beatriz Webber (Emanuelle Araújo). Por isso, ela e suas companheiras farão de tudo para infernizar a vida do novo casal.
Dirigido pela já veterana em produções para TV Cris D´Amato, S.O.S: Mulheres ao Mar não parece ter sido rodado no navio, tudo parece estúdio, uma vez que a diretora faz uso de planos fechados na maior parte do tempo e, por causa disso, acaba exigindo um pouco mais de atuação de seu elenco que, convenhamos, não consegue sustentar muito tempo com a câmera no rosto.
Giovanna Antonelli não consegue convencer em nenhum momento como Adriana. Logo no início da projeção, temos uma cena na qual ela precisa se doar um pouco mais, já que sua personagem acabou de terminar um casamento de mais de 10 anos. Então, é quase impossível saber se ela está chorando ou rindo e isso não é só culpa dela: a direção e o uso de uma música que remete à praia, também ajudam a compor esse desastre. Mas o problema não para por ai, pois há algo que consegue ser pior do que Antonelli. O destaque de vergonha alheia vai para Reynaldo Gianecchini no papel do enigmático André. Enfim, acho que nem tem como definir com palavras (e nem quero mais perder tempo com isso) o tamanho incômodo que sua atuação é para o filme. É preciso ver para compreender.
Além disso, não posso deixar de citar o quanto fiquei constrangido ao ler a ficha técnica e perceber que o filme tem 3 roteiristas, pois não parece ter sido feito com o mínimo de cuidado para com que algumas relações que eles criaram fizessem sentido ou que fossem explicadas mais tarde. Eles, também, não se preocupam em dar fim a alguns personagens e, claro, as “melhores partes” são as piadas (que não tem graça, são do nível Zorra Total para baixo) e os diálogos (só de lembrar da última frase do filme eu já começo a ter convulsões).
S.O.S. Mulheres ao Mar é mais um filme estilo especial de fim de ano da Globo que cai de paraquedas, infelizmente, nas salas de cinemas brasileiros, tirando lugar de outras ótimas produções nacionais que não conseguem uma distribuição digna. Entretanto, há uma coisa boa que o filme consegue proporcionar que é deixar o espectador com vontade de visitar Roma e Veneza – que servem de cenário para alguns acontecimentos. Mas para por ai, porque, pelo resto, dá vontade de pedir um S.O.S para ser salvo desse desastre.