Gênero: Drama, Thriller
Direção: Steven Soderbergh
Roteiro: Scott Z. Burns
Produtores: Elena de Leonardis, Gregory Jacobs, Lorenzo di Bonaventura, Scott Z. Burns
Elenco: Rooney Mara, Jude Law, Channing Tatum
País de Origem: Estados Unidos
Estréia no Brasil: 17 de maio de 2013
Estréia Mundial: 7 de fevereiro de 2013
Duração: 106 Minutos.
Um filme para se ver sem prescrição médica e principalmente com a mente aberta
Uma das maiores características do diretor Steven Soderbergh é sem duvidas sua versatilidade, abordando diferentes assuntos em suas obras de forma instigante, inovadora e pessoal. Em “Contágio” e “Magic Mike” ficou evidente não só sua marca como também o fato de ainda ter muito a proporcionar.
Agora, em “Terapia de Risco”, Soderbergh elabora uma abordagem direta e crítica a indústria farmacêutica ou “da doença”, que receita medicamentos sem pensar nas possíveis consequências, visando apenas o lucro. A premissa chega a lembrar de “Contágio”, filme de Sodenbergh com o roteirista Scott Z. Burns, parceria que se repete aqui, com temáticas diferentes porém elementos similares, com a proposta de criticar aqueles que lucram com as doenças (reais ou não) e inseguranças das pessoas.
Na trama, Emily (Rooney Mara) entra em depressão após o retorno de seu marido (Channing Tatum), preso por quatro anos devido a privilégios financeiros. A jovem se encontra confusa e apática, chegando até a tentar o suicídio, o que acarreta no início de uma terapia com o Dr, Banks (Jude Law), prescrevendo remédios tarja preta que logo dão estranhos efeitos colaterais.
Com os efeitos secundários cada vez mais latentes, Emily é encaminhada a antiga doutora de Banks (Catherine Zeta-Jones) que procura entender o caso, chegando ao seu ápice após a jovem cometer um sério crime, sob efeito de um medicamento e simplesmente não se recordar do ato. Com o palco já pronto, o filme deixa de lado a questão dos personagens e começa a investigar o que está por trás da indústria e seus envolvidos.
A direção de Soderbergh é eficiente e realmente “coloca” o espectador em terapia ao lado de Emily, com excessos de closes que apenas aumentam a tensão e aproximam os personagens. O roteiro consegue prender a atenção com múltiplas reviravoltas, aguçando a curiosidade do público. Os ataques contra a medicina atual são realizados de forma dura e incisiva , chegando até a citar medicamentos reais, sugerindo a falta de escrúpulos nos bastidores de uma das industrias que mais arrecada anualmente.
O grande destaque do elenco é a Rooney Mara, que está se aprimorando cada vez mais e mostrando que tem futuro, o problema é que os seus parceiros de cena estão limitados, devido ao roteiro. Catherine Zeta-Jones e Channing Tatum são praticamente descartáveis, Jude Law se esforça, mas perde a cena para Rooney.
No final das contas, “Terapia de Risco” é mais uma obra instigante, reflexiva e provocativa de Steven Soderbergh. Um filme para se ver sem prescrição médica e principalmente com a mente aberta.
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