Título Original: Transformers: Age of Extinction
Direção: 
Michael Bay
Roteiro: 
Ehren Kruger
Elenco: 
Mark Wahlberg, Stanley Tucci, Nicola Peltz, Jack Reynor
Produção: 
Ian Bryce, Tom DeSanto, Lorenzo di Bonaventura, Don Murphy
Estreia Mundial:
27 de Junho de 2014
Estreia no Brasil:
17 de Julho de 2014
Gênero:
Ação/Aventura
Duração:
165 minutos
Classificação Indicativa:
12 Anos

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Um dos grandes problemas de Michael Bay sempre foi (e sempre será) o exagero em tudo o que faz. É explosão, é monstro gigante, é planeta sendo destruído. Enquanto isso, a lista de magalomanías só vai aumentando com os filmes. Em sua quarta produção, Transformers é mais um dos ataques de loucura e grandeza do diretor, e que, assim como a maioria de suas realizações, é tão rasa que chega a ofender seu espectador.

Não que isto seja muito importante ou que isto realmente tenha relevância, mas a narrativa se desenvolve a partir dos acontecimentos do seu antecessor no qual há uma intensa busca por Optimus Prime (que está desaparecido), visto que os humanos estão em guerra declarada aos Tranformers e pretendem destruí-los. Enquanto isso, Cade Yaeger (Mark Walberg de Ted), inventor fracassado, endividado -toda aquela velha coisa clichê de Bay-, acaba por descobrir que o caminhão velho o qual acabou de comprar não é nada menos do que o procurado líder dos Autobots.

À primeira vista, ele vê isso como a oportunidade de conseguir mudar de vida, uma vez que o governo americano oferece uma gorda recompensa a quem encontrá-lo. No entanto, ele percebe que há um interesse bem maior do que apenas capturá-lo. A partir disso, somos apresentados ao personagem de Stanley Tucci, Joshua Joyce que é um cientista que está muito interessado no gnoma (!?) desses robôs com o objetivo de tentar revolucionar o mundo, quando, na verdade, mal sabe que está prestes a trazer um grande mal de volta.

Transformers-4-Jack-Raynor-Mark-Wahlberg

O roteiro de Ehren Kruger, responsável pelo argumento dos dois Transformers anteriores, é extremamente pedestre: os personagens são os mais caricatos possíveis, limitados a um tipo de ação repetitiva. Yaeger é o fracassado que, de uma hora para outra pega uma arma e luta junto com os Autobots; sua filha é a donzela em perigo; o namorado dela só serve para salvá-la. Enfim, não há desenvolvimento algum, tampouco preocupação se alguém vai sobreviver. Afinal,

“OLHA LÁ TEM ROBÔS GIGANTES DESTRUINDO A CHINA,

AGORA TÃO DESTRUÍNDO O ONIBUS DE PAPELÃO DA VICTORIA SECRETS,

AI MEU DEUS A MOÇINHA ESTÁ EM PERIGO.

VOCÊS APONTARAM UMA ARMA PARA MINHA FILHA, VOCÊS VÃO PAGAR POR ISSO.

MELHOR FILME QUE EU JÁ VI NA MINHA VIDA.”

Após esse pequeno espaço para reações típicas do filme de Michael Bay, tenho que admitir que ele consegue manter o aspecto frenético da narrativa durante as quase 3 horas de projeção (não que não fique cansativo por causa dos absurdos que ele comete). Porém, usa de artifícios muito pobres para tentar manter o espectador sempre atento – além de claro chamar atenção para sí mesmo. A fim de comprovar o que estou falando, desafio o leitor a procurar um momento em que o exímio diretor consiga manter a câmera parada por mais de 5 segundos. Pode procurar à vontade, esse momento não vai existir. Há um diálogo tenso: a câmera está girando. Cena de romance: a câmera está girando (isso que não falei que tem uma bandeira dos EUA bem no meio do casal). Cena triste: ele faz questão de te fazer sorrir com um close em movimento no cadáver. Tudo isso, claro à luz do pôr-do-sol. Esses são só alguns dos exemplos dos absurdos os quais enfrentamos durante o filme.

transformers-age-of-extinction-cade-mark-wahlberg

A despeito dos exageros, mais uma vez os efeitos especiais, o design de som, mixagem de som dão um show à parte. Tive o privilégio de assistir em IMAX, então a experiência de assistir a tudo isso em tela grande é única. Ao passo que Michael Bay faz 55 cortes por segundo impedindo o espectador de conseguir entender o que acontece em tela, podemos nos situar através do som que é mixado de forma limpa e compreensível – de certa forma aparando as arestas que Bay deixa. Além disso, temos, também, o 3D o qual é muito bem usado no início com os lindos planos abertos, os quais acabam sendo substituídos, 15 minutos depois, pela câmera frenética – terminando por desandar todo o processo.

Servindo para o descarrego anual de maluquices do diretor, Transformers: A Era da Extinção é mais um blockbuster cassa níquel que em nada acrescenta em nossa vida senão nos deixar tonto com tanto barulho e explosão. Como Michael Bay nunca sabe quando parar, podemos ter certeza que a Extincão a qual o título se refere não será dos filmes dos Transformers, mas, sim, da minha esperança de que essa franquia ainda tenha salvação – ou melhor, de que terá um final.

TRAILER LEGENDADO

About the author

Editor-Chefe do Cine Eterno. Estudante apaixonado pelo universo da sétima arte. Encontra no cinema uma forma de troca de experiências, tanto pelas obras que são apresentadas, quanto pelas discussões que cada uma traz. Como diria Martin Scorsese "Cinema é a importância do que está dentro do quadro e o que está fora".

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