“Super Mario Bros. – O Filme” (“The Super Mario Bros. Movie”, 2023); Direção: Aaron Horvath, Michael Jelenic; Roteiro: Matthew Fogel; Elenco: Chris Pratt, Anya Taylor-Joy, Charlie Day, Jack Black, Keegan-Michael Key, Seth Rogen, Fred Armisen; Duração: 92 minutos; Gênero: Aventura, Comédia; Produção: Chris Meledandri, Shigeru Miyamoto; País: Estados Unidos; Distribuição: Universal Pictures; Estreia no Brasil: 06 de Abril de 2023;
Mario é um personagem atemporal, de gerações mais antigas, até mesmo de antes da minha própria, até às mais novas, é uma figura da Nintendo que estampa diversos jogos que passam pelas mãos de pessoas das mais variadas idades, e que nunca parece perder seu charme. Resistiu ao tempo e aos poucos se reinventou, reverenciado por marcar épocas, no entanto, nunca foi muito querido pela indústria cinematográfica, que quando tentou trazer o personagem à vida em forma de live action resultou em um completo desastre, lembrado por poucos e estes que, provavelmente, gostariam de esquecê-lo. Agora através da Illumination Pictures o personagem retorna aos cinemas, dessa vez em formato de animação, mas com a promessa de uma adaptação a altura do que ele merece. “Super Mario Bros. – O Filme” é realmente um filme cheio de boas intenções, na superfície, onde é capaz de ecoar nas mais diferentes gerações com referências nostálgicas, sem perder a oportunidade de introduzir o personagem e seu universo aos mais novos, de quem com certeza enchera os olhos, assim como os dos mais velhos que algum dia tiveram contato com os jogos. Para além disso, no entanto, é um filme que fica devendo justamente por achar o suficiente se escorar nessas características da memória para funcionar.
“Super Mario Bros. – O Filme” ambiciona, como toda animação do estúdio responsável, atingir a maior parcela de público, é um filme família para todas as idades, afinal. Até aí, nenhum problema, mas isso condena o filme a uma estrutura narrativa das mais básicas e enfadonhas possíveis. É completamente ordinário e pouco inventivo justamente por querer jogar seguro. Sua aposta está em personagens que se façam carismáticos e de alguma forma sustentem o filme por si só. Contudo, são figuras tão simplórias e sem qualquer profundidade que mesmo em sua curta duração pode se tornar uma provação quando não entra em cena um momento que referencie a algo da longa história de Mario. É tudo muito genérico para deixar a narrativa o mais simples e de fácil compreensão possível. Características fundamentais a uma produção que, apesar de aparentar boas intenções, visa o lucro acima de qualquer coisa. E com certeza fará muito sucesso, porque o que precisa funcionar, funciona, ainda que minimamente bem. Está dentro dos limites em que aposta para ser bem sucedido, porém, deixa o gosto de que se contentar com o mínimo é algo que o personagem não merecia. É um cinema de efemeridade, passível de esquecimento e cuja marca deixará na memória mais em cifras que lembranças visuais.
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