O DGA (Directors Guild of America ou Sindicato dos Diretores da América) divulgou um estudo sobre a diversidade no cinema norte-americano em 2017, revelando que os números outra vez continuaram baixos.
O DGA pela primeira vez examinou um conjunto de dados expandidos que englobou 651 longa-metragens que foram lançados nos cinemas nos Estados Unidos no último ano.
O estudo inclui até mesmo filmes que arrecadaram menos de U$ 250,000 na bilheteria, contando somente filmes live action com lançamentos genuínos nos cinemas.
Constam filmes lançados em Los Angeles e Nova York no ano de 2017, e exibidos por um mínimo de 7 dias consecutivos -documentários, animações e relançamentos não estão inclusos no estudo.
Ainda que os dados incluam centenas de projetos com micro-orçamentos com lançamentos limitados, mulheres representam somente 16% dos diretores (Ver imagem “Apêndice A”).
Como o DGA não possuí dados verificáveis de etnicidade para projetos não signatários de seus acordos, o Sindicato somente analisou o gênero dos diretores para estes 651 filmes lançados nos cinemas nos Estados Unidos em 2017.
Destes filmes com uma bilheteria de pelo menos U$ 250,000 -são 175 filmes ao todo-, apenas 12% dos diretores foram mulheres e apenas 10% não foram brancos.
Destes 175 filmes, o DGA somente foi capaz de analisar a etnicidade de diretores de 141 filmes que seguiam seus acordos signatários. Quanto ao gênero pôde analisar de todos os 175 filmes.
Thomas Schlamme, Presidente do DGA, disse:
É ultrajante que uma vez mais nós estejamos olhando para tal falta de oportunidade para mulheres e pessoas não brancas dirigem longa-metragens.
Nosso novo estudo mostra que práticas discriminatórias ainda são desenfreadas por todos os cantos na indústria cinematográfica.
Estes números acertam em cheio em como as fichas estão empilhadas contra mulheres e pessoas não brancas.
Nós cavamos nossos dados proprietários para ver se nós podíamos isolar áreas que fossem pontos iluminados ou especificamente problemáticos.
Mas conforme nós seguimos adiante, ficou claro que não importa como você divida os números de 2017, o resultado é virtualmente o mesmo.
Há um conceito errado de que as coisas são melhores na escala menor do mundo cinematográfico indie, mas este simplesmente não é o caso.
Do financiamento e contratação, à distribuição e representação de agente – cada aspecto do sistema inteiro age em desvantagem contra mulheres e pessoas não brancas.
Schlamme continua:
Já passou da hora de mudança.
Inclusão é uma luta que estamos lutando com a indústria por décadas agora, e vem sendo uma batalha morro acima fazê-los mudar suas práticas de contratação.
Em nossas mais recentes negociações, nós forçamos para que a indústria adotasse a Regra Rooney* em suas práticas, mas eles não cederam quanto a essa questão.
Nem nós iremos – nós estamos comprometidos a continuar com isso pelo tempo que for necessário.
Análise por Gênero:
Dos 651 longa-metragens lançados em 2017, 175 ganharam uma bilheteria mínima de U$ 250,000 e foram produzidos nos Estados Unidos.
Dos 181 diretores destes 175 filmes, o DGA concluiu que somente 12% eram mulheres.
Durante o período de 5 anos terminado em 2017, a porcentagem de mulheres diretoras variou de uma mínima de 6% a uma máxima de apenas 12%.
O DGA dividiu os dados através de categorias analisando:
-Níveis de bilheteria (menos de U$ 10 milhões e acima de U$ 10 milhões) como marcadores para distinguir entre altos e baixos orçamentos;
-Filmes dos grandes estúdios com contratos signatários do DGA;
-Todos os projetos com contratos signatários do DGA.
A porcentagem de mulheres dirigindo continuou grosseiramente consistente, variando de 8% a 16%.
Análise por Etnicidade:
Dos 145 diretores de filmes de contratos signatários do DGA lançados domesticamente em 2017 com uma bilheteria mínima de U$ 250,000, apenas 10% dos diretores não foram brancos – 3% a menos que no ano anterior, e 7% a menos do que na alta de cinco anos de 17% em 2013.
Assim como na diversidade de gênero, as porcentagens foram similares quando partindo os dados por níveis de bilheteria e grandes estúdios, variando de 8% a 12% (ver “Apêndice B” abaixo).
*A Regra Rooney é uma política que requer que sejam entrevistados candidatos de minorias étnicas para os cargos.
Confira a matéria original no site do DGA.
Ilustram a foto no site: Patty Jenkins (Mulher-Maravilha), Dee Rees (Mudbound) e Greta Gerwig (Lady Bird).