Direção: Bryan Singer

Roteiro: Simon Kinberg

Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Oscar Isaac,  Tye Sheridan, Sophie Turner, Nicholas Hoult, Evan Peters

Produção: Simon Kinberg, Bryan Singer e Lauren Shuler Donner

Estreia Mundial: 20 de Maio de 2016

Estreia no Brasil: 19 de Maio de 2016

Gênero: Ação/Fantasia/Ficção

Duração: 144 minutos

Classificação Indicativa: 14 anos

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Se há uma franquia que não recebe os seus devidos méritos, essa, sem dúvida é X-Men. Chega a ser preocupante o fato de que grandes embates, como os vistos em Guerra Civil e Batman Vs. Superman, acabarem ofuscando as atenções para essa nova saga dos mutantes. Muitos diziam que a grande dúvida estava em definir qual produção seria melhor: a Marvel com Capitão América e Homem de Ferro ou a DC com a briga entre o Super-Homem e o Batman. Contudo, a maioria esqueceu dos sempre esquecidos, os X-Men os quais, mesmo com uma fita mais irregular (se compararmos com os dois anteriores), ainda exemplificam que Marvel e DC precisam correr bastante para chegar aos seus pés.

Serei bem conciso em relação ao enredo, visto que não vou contar spoilers. Bem, o longa começa em 3.600 antes do tempo comum com uma introdução ao vilão Apocalipse (Oscar Isaac) e, logo após, já se iniciam os desenvolvimentos dos mutantes no tempo atual, tendo em vista que se passaram 10 anos dos acontecimentos de Dias de Um Futuro Esquecido. Charles Xavier (James McAvoy) segue na escola, ajudando novos mutantes a controlar seus poderes; Magneto (Michael Fassbender), sob o codinome de Enryk, trabalha em uma metalúrgica e tenta levar uma vida normal, enquanto Mística (Jennifer Lawrence) tenta procurá-lo.

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Com efeito, é muito personagem para introduzir que, sim, o início do filme acaba ficando deveras truncado e, pode, acabar tirando algumas pessoas da imersão. No entanto, a partir de um certo acontecimento na floresta (falar mais que isso, já seria spoiler), tudo começa a ocorrer em uma crescente, e uma coisa vai ligando a outra e, quando se percebe, já se está totalmente dentro da narrativa a qual é, mais uma vez, conduzida com maestria por Bryan Singer. O diretor consegue lidar com uma quantidade imensa de figuras no universo (claro que uns acabam por ter mais espaço que outros, mas no geral está bem dosado), além de entregar batalhas épicas e de alta escala, mas sem cair no espetáculo por espetáculo (cof..Batman vs Superman..cof).

Por outro lado, o roteiro apresenta algumas falhas, não muito graves, mas relevantes de certa forma. Certos diálogos acabam antecipando situações ou forçando algum drama que teria muito mais impacto se simplesmente acontecesse. Um exemplo disso é quando certa personagem fala para outro “eles vão tirar você de mim também?”, quase que anunciando que, sim, isso vai se concretizar. Algo semelhante se aplica ao vilão, tendo em vista que, em certas passagens, suas intenções não ficam muito evidentes. Uma hora ele quer ser um Deus e ajudar seus “filhos”, outro momento ele quer destruir tudo o que o ser humano criou e depois ele quer os poderes do Xavier. É muito plano, muito objetivo e isso acaba tirando um pouco da força do antagonista. Além disso, não deixa de ser interessante o paralelo social, que é a marca registrada dessa nova geração dos X-men, que o Apocalipse traz, isto é, o questionamento em relação ao que e em quem nós temos como Deuses ou símbolos que seguimos, quase que cegamente.

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Ademais, não posso deixar de fazer a devida menção honrosa para o diretor de fotografia Newton Thomas Sigel e seu excelente trabalho nessa película. Reparem em como ele usa a paleta de cores durante a projeção, sempre alternando entre os tons mais frios e os mais quentes que acabam inserindo os personagens em suas emoções. Um perfeito exemplo disso é no momento em que Magneto vai matar uns operários da metalúrgica. O vermelho acaba ecoando por todos os lados, desde as luzes no teto, até a cor que predomina no rosto do personagem. O mesmo deve ser dito em relação às atuações, Fassbender e McAvoy estão destruindo nos seus papeis, além de terem uma ótima sintonia em tela; Jennifer Lawrence, conquanto alguns traços de Katniss insistam em aparecer durante a projeção, funciona, e a surpresa boa vai para Tye Sheridan como Scott/Ciclope e Sophie Turner como Jean Grey, é incrível como os dois tem química. E o Evan Peters como Mercúrio tem, apenas, de novo, a melhor cena do filme. Não preciso dizer mais nada.

Embora seja inferior a X-Men Primeira Classe e a Dias de Um Futuro Esquecido, Apocalipse ainda se sai muito bem. Talvez seu maior defeito seja ser, de fato, um filme super-herói, ou seja, mais voltado para a questão mocinho e vilão, enquanto alguns debates políticos e filosóficos que apareciam nos seus antecessores, mesmo que abordados, ficam mais de canto. De qualquer forma, desde já, fica o exemplo para que a Disney/Marvel e DC/Warner aprendam como se faz.

TRAILER LEGENDADO

About the author

Editor-Chefe do Cine Eterno. Estudante apaixonado pelo universo da sétima arte. Encontra no cinema uma forma de troca de experiências, tanto pelas obras que são apresentadas, quanto pelas discussões que cada uma traz. Como diria Martin Scorsese "Cinema é a importância do que está dentro do quadro e o que está fora".

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