Direção: Andrucha Waddington, Carlos Saldanha, Fernando Meirelles, Guillermo Arriaga, Im Sang-soo, John Turturro, José Padilha, Nadine Labaki, Paolo Sorrentino, Stephan Elliott, Vicente Amorim
Roteiro: Andrucha Waddington, Antonio Prata, Antonio Prata
Chico Mattoso, Elena Soares,Fellipe Barbosa, Im Sang-soo, John Turturro, Khaled MouzannarKhaled Mouzannar, Mauricio Zacharias, Nadine Labaki, Paolo Sorrentino, Rodney El Haddad e Stephan Elliott
Elenco: Fernanda Montenegro, Claudia Abreu, John Turturro, Vanessa Paradis, Harvey Keitel, Emily Mortimer, Bruna Linzmeyer, Tonico Pereira
Estreia no Brasil: 11 de Setembro de 2014
Gênero: Comédia/Drama
Duração: 90 minutos
A franquia “Cities of Love” iniciou-se com “Paris, Eu Te Amo”, somando um grande elenco junto a renomados diretores, elaborando curtas que valorizem o melhor da cidade Luz. Com o enorme sucesso, logo veio “Nova York, Eu Te Amo”, mesmo com um sucesso bem menor, cumpriu seu papel. Eis que chega aos cinemas a primeira cidade latino-americana a ganhar uma versão, trata-se de “Rio, Eu te Amo”, novo filme da franquia que já carimbou seu passaporte para Xangai e Jerusalém.
O principal defeito de Rio é justo o mesmo dos outros dois anteriores, os roteiros são extremamente ralos, beirando ao superficial, problema especial dessa versão é a falta de dinâmica entre os curtas em si, todos são muito independentes e pouco funcionais, há uma ânsia apenas de vender um Cartão-Postal, além dos exagerados patrocínios escancarados, só que sem conteúdo, sendo um retrato apenas da beleza natural da cidade em destaque, porém com carência de personagens que nos façam valorizar ambos. Os roteiros, no geral, pecam também pelo fato de haver ausência perturbadora de cariocas (ora!), os estrangeiros prevalecem mais que os brasileiros, é uma total indelicadeza que isto tenha sido permitido.
Sobre os curtas em si, temos diretores promissores como Paolo Sorrentino, Stephan Elliot e Nadine Labaki, só que nenhum consegue apresentar algum curta realmente notável. O que mais me interessou foi o de John Turturro, claramente inspirado por seu amigo Woody Allen, faz um tipo de videoclipe ao lado da sempre ótima Vanessa Paradis, tendo como pano de fundo uma belíssima visão da zone oeste do Rio de Janeiro, com potencial muito pouco explorado. De resto, há muito gringo e pouco “carioquice”, ironicamente o segmento que melhor define o exotismo e pluralidade cultural do país é do sul-coreano Iam Sang-soo, no qual ele brinca com o cinema “Trash” e misticismo, popularizado pelo Zé do Caixão, junto a doses de samba.
Como carioca que está há alguns meses longe de sua terra, foi nostálgico rever ambientes do antigo cotidiano, porém é uma lamentável ver que a oportunidade de retratar uma cidade tão plural e bela em meramente um cartão-postal sem conteúdo, onde o cotidiano das pessoas não conseguiu ter nenhum plano, em detrimento do glamouroso destaque aos gringos. Sim, temos muitas estórias a serem contatas, resta nós mesmos conta-las em nosso próprio cinema, valorizando nossas cidades, cultura e, acima de tudo, nosso vasto povo. Pensando assim, não deixa de ser uma lição.
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