O 9º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema, que acontece de 07 a 15 de Outubro este ano, ocorrerá de uma de forma adequada aos tempos que vivemos, em meio a pandemia de Covid-19: totalmente online, os filmes ficarão disponíveis diretamente no site do festival.
O Olhar de Cinema é um festival que busca destacar e celebrar o cinema independente produzido no mundo. São propostas estéticas inventivas, envolventes e com comprometimento temático, que abrange desde a abordagem de inquietações contemporâneas acerca do micro universo cotidiano de relacionamentos, até interpretações e posicionamentos sobre política e economia mundial.
A seleção apresenta ao público filmes que se arriscam em novas formas de linguagem cinematográfica, que estão abertos ao experimentalismo e que, ainda assim, possuem um grande potencial de comunicação com o público.
Com isso em mente, tivemos a oportunidade de entrevistar o Diretor Artístico do Festival, Antonio Gonçalves Jr, e você confere nosso papo com ele abaixo:
1. Como a pandemia influenciou no processo de curadoria do festival? Quais as vantagens de um festival 100% online?
Influenciou mais na parte prática, não nas escolhas em si. Tudo aconteceu durante o final do processo de seleção, as discussões já estavam em estágios finais, e tivemos o momento de parar e pensar o que ia acontecer com o próprio festival. O processo seletivo foi se alongando mais do programado e sempre contemplando as suposições do que seria fazer um evento online, mas sem certezas.
Nossa maior felicidade do formato online é poder receber um público novo, que não teve oportunidade de frequentar o festival e que agora vai poder conhecer melhor o nosso olhar.
2. Vários festivais nacionais e internacionais mudaram seu formato decorrente da pandemia de COVID-19, vocês enxergam que parte dessas mudanças serão permanentes?
É difícil afirmar ou negar, mas encontramos vantagens e desvantagens neste formato que permitem aos festivais pensarem novas maneiras de dialogar com os filmes e o público e que, sem dúvidas, serão consideradas ainda para as futuras edições.
3. Para além da pandemia, o audiovisual nacional sofreu uma série de derrotas vindas da nova gestão do governo federal. O desmonte total da cinemateca talvez o principal marco dessa falta de política cultural. Fazer um festival enfrentando tais adversidades é uma forma de resistência?
Sim, entendemos que o festival acontece apesar do projeto de desmonte do Brasil, da cultura nacional e, não menos, do cinema. Precisamos resistir e seguirmos firmes no caminho. Assim, poderemos num futuro breve olhar para este período como um tempo de cinema em apneia, fora do seu lugar, o lugar das pessoas reunidas diante da luz.
4. O Olhar está, a cada edição, se consolidando no cenário dos festivais nacionais. O que esperar daqui pela frente?
Esperamos o desafio de poder continuar a crescer, de conseguir fazer um festival que atenda as expectativas de muita gente, as nossas, mesmo dentro deste cenário cada dia mais complicado pra cultura.
5. Quais as tendências cinematográficas vocês tão observando? Tanto tematicamente, quanto tecnicamente. Tem alguma temática ainda em falta?
A gente tenta sempre ir em busca de filmes que consigam imprimir sua verdades e propostas, independente da tendência que eles carregam. Mas o mais interessante é que todo ano temos surpresas porque o que chega até nós é muito diferente. Este ano, por exemplo, temos uma grande quantidade de filmes que são realizados ou perpassam pela questão indígena. Mas isso foi possível graças aos filmes que chegaram até nós e não algo que nos propusemos a ter. Então estar aberto e atento ao que chega é a extremamente importante é.
Por enquanto, é isto. Mas fique atento para nossa cobertura completa do Festival Internacional de Curitiba. Confira aqui nossa cobertura da edição anterior.
O 9º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema , que vai de 07 a 15 de Outubro de 2020,conta com apoio da Copel, Governo do Estado do Paraná, Ademilar, Lojacorr, incentivo da Lei de incentivo à cultura, Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura de Curitiba e PROFICE.
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