Título Original: Jupiter Ascending

Direção: Os Wachowski

Roteiro: Os Wachowski

Elenco:  Mila Kunis, Channing Tatum, Eddie Redmayne, Sean Bean, Tuppence Middleton, Douglas Booth

Produção: Grant Hill, Andy Wachowski e Lana Wachowski

Estreia Mundial: 6 de Fevereiro de 2015

Estreia no Brasil: 5 de Fevereiro de 2015

Gênero: Aventura/Fantasia/Ação

Duração: 127 minutos

Classificação Indicativa: 12 Anos

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Depois de trocentos adiamentos, atrasos e desculpas da Warner, eis que chega aos cinemas O Destino de Júpiter, a mais nova empreitada dos Wachowski (responsáveis pela trilogia Matrix). Sim, ao ler que eles fizeram Matrix tenho certeza que você franziu a sobrancelha e pensou: “olha só, esse filme deve ser bom”. Pois bem, nos primeiros 15 minutos eu realmente fiquei empolgado com a produção, pois a cena inicial é realmente muito bem realizada, tanto como apresentação de universo quanto em efeitos especiais. Entretanto, o tempo passa e a fita se revela uma bela de uma cilada não só para os personagens da história, como também para nós, espectadores.

O enredo é bastante simples. Júpiter (Mila Kunis) leva uma vida humilde de empregada doméstica, assim como sua mãe e o resto de sua família, até que um dia, ao tentar retirar alguns de seus óvulos para vender no mercado informal, ela tenta ser raptada por uma serie de alienígenas estranhos (que eu carinhosamente apelidei de mini-gollums). Para sua sorte, Caine Wise (Channing Tatum) aparece no exato momento para salvá-la, ao mesmo tempo em que ela descobre ser especial: uma espécie de reencarnação alienígena de uma rainha de um outro mundo. Contudo, Balem (Eddie Redmayne), filho da rainha original, precavido, mandou caçar Júpiter por todas as galáxias para não correr o risco de perder poder.

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Uma das marcas registradas dos Wachowski e que, sim, está presente nesse filme também é a exímia criação de mundos alternativos e fantásticos. Eles sabem muito bem introduzir uma atmosfera futurista, mas que, ao mesmo tempo, tem um “que” de retrô (uma clara referência a falta de evolução que essa sociedade se encontra em relação à pensamento). Porém, com o desenvolver da trama – e com a ajuda do péssimo roteiro – a história vai se tornando chata e desinteressante. Isso se deve à forma como o script foi construído: temos uma cena de ação e depois uma longa passagem com diálogos péssimos; outra cena animada e depois mais um monte de baboseiras que ninguém se importa. Enfim, entramos quase que em um videogame cheio de chefões com diversas “cutscenes” entediantes, as quais nem podemos passar adiante.

Além disso, hoje estamos em épocas de personagens femininas fortes como vimos em Jogos Vorazes e em Lucy, por exemplo. Os Wachowski, por sua vez, em pleno 2015 têm a pachorra de construir Júpiter ao estilo donzela em perigo. Ela não faz nada sozinha, é fraca, não tem atitude, aliás, ela é totalmente blasé durante toda a projeção, sempre a espera de Caine para salvá-la. E para completar a lista de aberrações temos Eddie Redmayne sendo atingido pela maldição do Oscar antes mesmo de levar o Oscar. Indo totalmente de encontro à sua excelente performance em A Teoria de Tudo, Redmayne entrega um personagem unidimensional, sem sentido e totalmente over. Todos os seus momentos em tela são no mínimo vergonha alheia.

Por outro lado, Channing Tatum salva a produção do total desastre, não só quando ele resolve tirar a camisa, mas também quando apresenta um personagem bastante interessante, ao contrário do resto do elenco. Conseguimos nos identificar com a sua pretensão e torcemos pelo seu sucesso tanto em ter o seu reconhecimento de volta, quanto em engatar sua relação amorosa com Júpiter. Outro ponto alto do filme está na sua produção. Os efeitos especiais estão divinos, a fotografia se mostra bastante coesa com quantidade de diferentes mundos abordados e, claro, Michael Giacchino está arrebentando na trilha sonora.

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O Destino de Júpiter é de longe o pior filme da carreira dos Wachowski. É incrível como eles não conseguem dar um ritmo aceitável à narrativa e não conseguem construir personagens interessantes. Chegamos ao fim da fita sem nos importarmos com o que aconteceu, parece que as intermináveis duas horas de projeção se passaram e absolutamente nada mudou. É muito triste ter de constatar isso, quando pensamos que a dupla de irmãos Lana e Andy há 15 anos revolucionou o cinema tanto em linguagem quanto em efeitos especiais. Começo a me convencer, cada vez mais, que Matrix foi um golpe de sorte.

TRAILER LEGENDADO

2 Comments

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