Crítica | Nocaute

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Nocaute (Southpaw, 2015); Direção: Antoine Fuqua; Roteiro: Kurt Sutter; Elenco: Jake Gyllenhaal, Rachel McAdams, Forest Whitaker, Naomie Harris, “50 Cent”, Oona Laurence; Duração: ; Gênero: Drama; Produção: Todd Black, Jason Blumenthal, Steve Tisch, Peter Riche, Alan Riche, Antoine Fuqua, Jerry Ye; País: Estados Unidos; Distribuição: Diamond Films; Estreia no Brasil: 10 de Setembro de 2015;

Um dos astros do momento é, sem a menor dúvida, Jake Gyllenhaal, ator o qual vem participando de projetos marcantes , com grandes atuações. Ele que havia sido a grande revelação do cult Donnie Darko, chegou a ser indicado ao Oscar como parceiro cowboy-gay de Heath Leadger no melodrama O Segredo de Brockeback Mountain, recentemente voltou a chamar atenção com sua performance sensacional em Os Suspeitos e ano passado com O Abutre, ambos projetos de qualidade. Contudo, Jake sofre uma derrapada com Nocaute, um projeto bem aquém de seu potencial e sua capacidade, apesar de ser uma atuação baseado numa grande entrega física e emocional, o longa carece de um roteiro mais instigante, menos superficial e manipulativo, tornando a experiência um tanto que esquecível, uma pena.

Billy Hooper (Jake) é um campeão de boxe do peso médio, um fenômeno invicto, com uma esposa de ouro (Rachel McAdams) e uma filha, porém uma tragédia abala a família e o faz decair em todos os níveis, perdendo inclusive a guarda da filha. Para reconquistar atenção e respeito, o lutador então entra num programa de treinamento rígido supervisionado por um ex-treinador (Forrest Withaker), sendo mais uma oportunidade para Hoope retornar ao topo. É um roteiro tão superficial e bobo, com diálogos tão frígidos e sem o menor sentimento que é incrível como a direção de Antoine Fuqua tenta fazer o público entrar no tranco forçadamente, pouco explorado, os dilemas sociais são vazios e não geram empatia alguma.

É interessante que os filmes de boxe viraram um sub-gênero graças ao sucesso de Rocky, filme que chegou a ganhar o Oscar de melhor filme e levou Sylvester Stalone ao estrelato. Além disso, foi um marco para o cinema pois estabeleceu uma fórmula de bolo para essa temática, tendo sido reinventada graças a Martin Scorsese e seu Touro Indomável. Assistir Nocaute tendo em mente esses dois filmes não só é uma decepção como é uma tristeza, pois com o devido tratamento e um roteiro minimamente bem elaborado, havia a possibilidade de termos mais um novo marco para a temática. Jake consegue tirar leite de pedra, tem um bom desempenho, mas nada notável ao ponto dele finalmente ganhar o Oscar de melhor ator, Rachel McAdams consegue ter os melhores momentos, porém subaproveitada. Forrest Withaker tem uma relevância clichê e batida, a ausência de seu personagem na construção de Hoope seria muito mais interessante e original do que com sua presença. O maior problema do filme é a pretensão do diretor Antoine Fuqua em ser levado a sério e expor um cinema de gênero baseado em cunho social, porém sem o menor empenho, preparo ou estudo, causando uma superficialidade incômoda.

Mais sorte na próxima vez, Jake. Potencial é o que não te falta.

Nocaute – TRAILER LEGENDADO

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