Direção: Kenneth Branagh
Roteiro: Chris Weitz
Elenco: Lily James, Richard Madden, Cate Blanchett, Helena Bonham Carter, Stellan Skarsgård, Sophie McShera, Holliday Grainger
Produção: Allison Shearmur, Simon Kinberg, David Barron
Estreia Mundial: 06 de Março de 2015
Estreia no Brasil: 26 de Março de 2015
Gênero: Fantasia
Duração: 105 minutos
Classificação Indicativa: 10 Anos
Cinderela, guardadas as devidas proporções, é um dos contos mais conhecidos e adorados por todo mundo. A história de superação, a magia e, principalmente, a inocência e a bondade da protagonista ajudam na identificação quase que universal. Isso ocorre devido ao fato de que dificilmente somos as princesas e as rainhas das nossas vidas. Alias, quase sempre somos as gatas borralheiras tentando agradar pessoas que não merecem a nossa atenção. Até que chega o momento em que precisamos de algo em troca e, claro, portas se fecham ou “vestidos são rasgados pela inveja e pela ganância”. Porém, nem a mais forte das maldições é capaz de ir contra a esperança que a nossa fada madrinha traz, ou muitas vezes, da ajuda que vêm de onde menos depositamos a confiança.
Se olharmos restritamente ao enredo de Cinderela, primeiramente, sentiremos uma defasagem em relação à vida atual: não temos mais castelos, reinos, príncipes, quiça uma fada madrinha. O segredo, entretanto, está em tirarmos a essência desse conto, assim perceberemos que se trata de uma história universal, oferecendo inúmeras interpretações como as tivemos, por exemplo, em “Para Sempre Cinderela”, “A Nova Cinderela” ou até mesmo na interpretação que fiz acima. Enquanto muito tentou-se (e tenta-se) trazer uma nova roupagem, a Disney decide ir na contramão de todos e volta para o passado, trazendo a abordagem clássica da animação de 1950 só que em live action. A partir desse momento, já ficava fácil decidir quem poderia ficar na direção da película. Nada mais obvio do que trazer Kenneth Branagh para dar o tom necessário e perfeito que Cinderela necessitava.
Com algumas produções shakesperianas e com o seu mais icônico filme “Frankestein de Mary Shelley”, Branagh foi uma escolha mais do que acertada para conduzir a narrativa. Movimentos de câmera suave e enquadramentos belíssimos sempre nos mais precisos detalhes, tendo em vista, principalmente, a sociedade de aparências em que a história se passa são apenas a ponta do iceberg do que é o trabalho do diretor. Por falar em precisão e perfeição, o design de produção da película está de tirar o fôlego: os cenários, o figurino, a maquiagem, as carruagens e as decorações seguem essa mesma linha, é quase impossível achar um falha. E mais uma vez cito a importância de Branagh e seu “olhar medieval” estarem presentes, visto que há uma quantidade considerável de elementos que poderiam cair na galhofa se fosse um diretor com menos experiência no assunto ou que tentasse romantizar demasiadamente.
Se na produção do longa há um padrão de esmero e cuidado, com as atuações não poderia ser muito diferente. Todo o elenco está em uma ótima sintonia, claro que há alguns destaques, mas no geral, todos estão desempenhando seus personagens de maneira muito satisfatória. Lily James como Cinderela até então não havia me convencido no papel. Tanto nos pôsters, quanto nos teasers veiculados pela distribuidora, eu não via a beleza, a inocência e a bondade da Cinderella de 1950. Quando começa a projeção, contudo, tudo muda, pois a atuação e a preparação de Lily, tanto em seus gestos, quanto em suas expressões, passam exatamente aquilo que sempre esperei de uma Cinderela live action. Mesmo ela não sendo linda e maravilhosa, a sua performance a transforma nisso. A mesma coisa eu posso dizer de Richard Madden (de Game Of Thrones), o príncipe. Mas quem rouba a cena total, como não poderia ser diferente, é a “maravilinda” Cate Blanchett no papel da madrasta. Sempre embebida da cores verde e/ou roxo a atuação de Blanchett leva a personagem a um nível diferente do qual conheciamos até então. Ao mesmo tempo em que sentimos raiva pelas atitudes de arrogância e crueldade, sentimos pena, pois, no fundo, ela é apenas uma mulher frustrada amorosa e economicamente.
Cinderela, assim como o sapatinho de cristal, se prova um filme muito preciso e redondo – até demais. Tudo é comedido, feito sob medida, não há espaços para inovação ou para pontos fora da curva e isso acaba pesando durante a projeção. Toda essa precisão se mostra frágil como o cristal quando achamos que vamos ter alguma diferença na trama, como por exemplo na personalidade da madrasta, mas que, na verdade, é apenas uma enrolação ou até uma covardia do roteiro. No fim, é um filme da Disney, não há como fugir das amarras.
Obs: antes do filme tem um curta do Frozen. Nem tem muito o que dizer. É Frozen, apenas.
TRAILER LEGENDADO
3 Comments
Danii VR
Minha história favorita das princesas. Se você quer ver, consulte a programação da HBO (http://www.hbomax.tv/programacion.aspx) viu lá recentemente e desfrutamos. Na verdade fiquei surpreso com a qualidade que conta.
Pingback: Crítica | Assassinato no Expresso do Oriente - Cine Eterno
Pingback: Han Solo: Uma História Star Wars Ganha Featurette com Cenas Inéditas