Crítica | O Garoto da Casa ao Lado

 

 

Título Original: The Boy Next Door

Direção: Rob Cohen

Roteiro: Barbara Curry

Elenco: Jennifer Lopez, Ryan Guzman, Kristin Chenoweth, Ian Nelson, John Corbett

Produção: Elaine Goldsmith-Thomas, John Jacobs, Jennifer Lopez, Jason Blum

Estreia Mundial: 23 de Janeiro de 2015

Estreia no Brasil: 26 de Março de 2015

Gênero: Thriller

Duração: 91 Minutos

Classificação Indicativa: 16 Anos

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Desde a década a década de 70, mais precisamente com o lançamento do Massacre da Serra Elétrica de Tobe Hooper, o gênero suspense e terror começou a ganhar um grande aliado: a sexualidade. Claro que ele não foi o grande pioneiro, afinal já tínhamos Hitchcock 20 anos antes já fazendo essa mistura, por exemplo. Mas foi com o Leather Face que se criou um novo gênero apelidado de Torture Porn, isto é, terror pornô tortura. Tínhamos sexo junto com sangue em tudo que é filme do gênero como em Sexta feira 13, A Hora do Pesadelo, Jogos Mortais é assim por diante. O grande problema de tudo isso foi a falta de inovação, cada uma das franquias que eu citei acima tiveram, no mínimo, seis seqüências cada e o resultado disso foi que o terror e suspense começou a virar sinônimo de filme ruim.

O Garoto da Casa ao Lado infelizmente não é um torture porn, tinha tudo para ser um, mas prefere se levar a sério e tentar imprimir um suspense psicológico misturado com policial e com um pouco de sexo. Não preciso nem dizer que nada disso funciona, uma vez que o enredo não é nada verossímil. Um garoto que simplesmente pira e resolve dar uma de stalker, começando a perseguir a protagonista sem nenhuma explicação psicológica. Por favor, né.

THE BOY NEXT DOOR

Vamos a “historinha”, então. A professora Claire Peterson (Jennifer Lopez) está passando por uma fase tumultuada de sua vida: recém separada, cuidando de seu filho, Kevin (Ian Nelson), praticamente sozinha até que um certo dia chega Noah (Ryan Guzman), o novo vizinho, que rapidamente começa a frequentar a casa da protagonista. Ele tem 19 anos, é inteligente, tem um corpo escultural. Enfim, todos esses atributos começam a mexer com Claire. Em um final de semana, Kevin vai passar um tempo com seu pai e o caminho fica livre para o vizinho. Após uma noite romântica entre os dois, Noah fica completamente obcecado e começa a perseguir Claire na escola (ele se matricula na aula dela), em casa (ele fica sempre rodando), em tudo que é lugar. E claro, ela não vai na policia, não fala para ninguém porque tem medo que descubram o seu envolvimento com um “aluno”, mesmo que tenha sido apenas por uma noite.

A direção aqui fica a cargo de Rob Cohen (Velozes e Furiosos) que simplesmente chuta o balde: usa e abusa do corpo de Jennifer Lopez, dá closes, mostra ela de roupa curtas e intimas toda hora. Ok, ok, ele também foca em Ryan Guzman, mas não tanto assim, para minha infelicidade. Isso não seria problema se o resto da produção sustentasse isso. As cenas mais sexuais parecem destoar de toda a fita. Por isso que reitero que se fosse um filme que se levasse menos a serio e assumisse o gênero ao qual se propõe, não sentiríamos esse estranhamento em momentos mais quentes.

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O que me dá mais raiva, ainda, é que a produção do filme é boa, os efeitos especiais são bons, a fotografia cria uma atmosfera deveras interessante, ao passo que a abordagem escolhida é péssima. Em vez de explorar o lado psicopata do co-protagonista mais afundo, criando uma figura que realmente dê medo ou que simplesmente assuma a “galhofa” mesmo, preferem fazer um discurso de moral machista. A mulher, carente e com falta de sexo, resolve ceder às investidas de um garoto muito mais jovem que ela e, claro, é a culpada, é a vagabunda, é a que deve ser punida e perder o emprego. Sim, a fita vira uma corrida contra o tempo para a protagonista abafar essa noite que teve o boy magia.

O Garoto da Casa ao Lado no fim das contas é um thriller sexual daqueles bem ordinários que mais causa risadas involuntárias do que medo ou tensão. Saudades de Sob a Pele e Um Estranho no Lago que conseguiam aliar um suspense aliado ao sexo sem ficar pregando moral e bons costumes.

TRAILER LEGENDADO

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