Hotel Artemis (2018); Direção: Drew Pearce; Roteiro: Drew Pearce; Elenco: Jodie Foster, Sterling K. Brown, Sofia Boutella, Jeff Goldblum, Brian Tyree Henry, Jenny Slate, Zachary Quinto, Charlie Day, Dave Bautista; Duração: 94 minutos; Gênero: Ação, Thriller; Produção: Adam Siegel, Marc Platt, Stephen Cornwell, Simon Cornwell; País: Estados Unidos, Reino Unido; Distribuição: Diamond Films; Estreia no Brasil: 13 de Setembro de 2019;
O Ano é 2028, e os Estados Unidos vivem uma crise de água que afeta toda a população. A sociedade, no entanto, não enfrenta só este problema; a criminalidade está em alta no país. No meio deste cenário, Hotel Artemis, entre um bombardeio e outro, serve de fachada com o propósito de curar bandidos que são filiados a alguma facção local. As regras? Não fornecer seu próprio nome e não matar nenhum paciente. Ao menos não sob a vigilância da Enfermeira.
A partir dessa premissa, somos apresentados, inicialmente, aos personagens que compõem essa trama: quatro ladrões, que são baleados após um assalto. Um deles liga para a Enfermeira solicitando um quarto para todos os feridos. Jodie Foster, no auge de seus 55 anos, está envelhecida para o papel e faz o que pode para segurar uma história de difícil identificação, uma vez que nenhum personagem, de fato, importa, inclusive ela. Todos os arcos do longa, sem exceção, são mal trabalhados do princípio ao fim. Assim, o filme, que teria um potencial incrível com os elementos certos, torna-se apenas uma execução ineficaz e segue para o “lugar comum”.
Jeff Goldblum (Jurassic World: Reino Ameaçado) e Zachary Quinto são muito mal aproveitados nos papéis dos vilões. Ambos muito caricatos. Já Sterling K. Brown, como Waikiki, não tem background suficiente para sustentar a empatia do espectador com o personagem. O que vemos é uma grande inconsistência tanto no trabalho de direção, como no roteiro, o que poderia ser uma razão para explicar os erros cometidos no produto final. Responsável pelos roteiros de “Homem de Ferro 3” e “Missão Impossível – Nação Secreta”, Drew Pearce mostra-se ainda inexperiente para uma produção totalmente solo como “Hotel Artemis”.
Ainda, Sofia Boutella (Atômica) interpreta uma Femme Fatale totalmente desperdiçada, com pouquíssimas cenas que empolgam, e o roteiro tenta, forçadamente, incluir alguns elementos antes apresentados, mesmo que não conclua nada no final.
Se a direção trabalhasse mais acertadamente, o roteiro fosse mais complexo e o longa transformado em seriado, teríamos aí um forte concorrente ao Emmy. Como a escolha de formato pode ter prejudicado seu realizador e, consequentemente, os espectadores, Hotel Artemis não passa de um filme com boas intenções, mas repleto de um potencial perdido. De boas intenções, o cinema está cheio.