Direção: Fabio Mendonça
Roteiro: Nina Crintzs
Elenco: Luana Piovani, Marcos Palmeira, Júlia Rabello, Paulo Tiefenthaler, João Vicente de Castro, Luana Martau
Produção: Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck
Estreia Nacional: 18 de Dezembro de 2014
Gênero: Comédia
Duração: 90 minutos ou uma eternidade
Classificação Indicativa: 12 anos
Vou ser honesto. Tento ao máximo não criar expectativas. De qualquer tipo: boas ou ruins. Acredito que cada filme tem que se sustentar pelo que ele de fato é, não por pré concepções pessoais sobre diretor, elenco, etc. Entretanto, não tenho medo de admitir que meu preconceito com as “globochanchadas” vem sendo alimentado a cada nova produção. Sempre que chega o convite para alguma sessão dessas produções eu já fico com 20 pés atrás, mas no fundo sempre espero me divertir pelo menos. Isso aconteceu, por exemplo, em Os Homens São de Marte… E é Pra Lá Que Eu Vou. Eis que chegamos, então, ao A Noite da Virada: uma crossover entre Projeto X e Se Beber Não Case, mas, claro, misturado com um drama de novela que não pode faltar. Toda essa seleta consegue ser pior que todas as “globochanchadas” do ano (e olha que não foram poucas), chegando ao ápice do absurdo e da falta de senso cômico – para encerrar o ano com “chave de ouro”.
Durante os preparativos da festa de ano novo de Ana (Júlia Rabello), ela fica sabendo que seu marido, Duda (Paulo Tiefenthaler) quer se separar. Mesmo assim, ela decide continuar a festa e, como não poderia ser diferente, coisas “inesperadas” e loucas começam a acontecer.
A partir daí, meus caros, é ladeira abaixo…
A ideia de contar as peripécias que acontecem nos preparativos para o ano novo, a priori, é muito interessante, visto que todo mundo tem alguma história para contar relacionada a algum perrengue que tenha passado nessa época. Porém, A Noite da Virada usou e abusou do duplo sentido que essa expressão tem para tentar empurrar goela abaixo um monte de besteiras sem função nenhuma para a narrativa como o personagem que fica preso o tempo todo dentro de um banheiro químico e que não tem absolutamente nenhuma ligação com o resto do elenco a não ser para tentar desesperadamente fazer o público rir e depois fazer uma piada com Jesus. Ou quando quer inserir um draminha vagabundo de descoberta se traição, aparece até gente grávida no meio. É de cortar os pulsos.
Além disso, as atuações são vergonhosas, até a Julia Rabello que sempre arrasa no Porta dos Fundos, consegue ficar sem graça. Ademais, toda a produção tem cara de que foi filmada em dois dias e sem cuidado ou preparo nenhum; a fotografia é totalmente igual durante toda a projeção, seja a cena dentro do banheiro ou no meio da festa; os figurinos são os mais caricatos e sem sentido possíveis; o roteiro e a direção, nem se fala. Resumindo, nada se salva na produção, é uma sucessão de desgraças que dura uma hora e meia, que parecem horas e horas.
Mas não posso terminar sem falar do único e mais relevante ponto positivo do longa: o final – aquele quando saímos do cinema e a tortura acaba.
TRAILER