Para Ter Onde Ir, filme da cineasta Jorane Castro que aborda universo feminino em road movie, teve sua trilha sonora disponibilizada nas plataformas digitais.
Ouça no Spotify, no Deezer ou via YouTube.
Eva (Lorena Lobato), Keithylennye (Keila Genti) e Melina (Ane Oliveira).
Três mulheres com diferentes visões sobre a vida e o amor, seguem juntas em uma viagem, partindo de um cenário urbano para outro onde a natureza bruta prevalece.
Assim é o mote inicial de Para Ter Onde Ir, primeiro longa de ficção da carreira da premiada diretora paraense Jorane Castro, que será distribuído para todo o Brasil pela O2 Play e com estreia programada para dia 10 de Maio.
Assista ao trailer abaixo:
Jorane explica:
Este é um filme de estrada sobre deslocamento, mas também uma história de busca pessoal, de questionamentos sobre para onde você vai, o que você vai deixar de legado e a que você se propõe nesta jornada.
Seguindo o fluxo das personagens com seus afetos, sentimentos e memórias, Para Ter Onde Ir tem narrativa costurada pela trilha musical, uma espécie de “radiola” jukebox.
Junto a antigas pérolas do cancioneiro brega paraense, a seleção de músicas conta ainda com participações de Lia Sophia, Felipe Cordeiro, além de faixas originais.
A música cantada pela personagem Keithylennye na aparelhagem foi uma colaboração de Marcos Maderito e DJ Waldo Squash, da Gang do Eletro.
A supervisão musical do filme é assinada por Marcel Arêde, produtor da nova cena musical paraense.
O som direto é de Márcio Câmara (“Cinema Aspirina e Urubus”, de Marcelo Gomes e “Peões” de Eduardo Coutinho, entre outros) e o desenho de som ficou a cargo de Edson Secco (dos longas “Vaticano”, de Walter Salles e “Transeunte” de Eryk Rocha).
O filme foi rodado entre abril e maio de 2015, em Belém e em parte da Amazônia Atlântica, mais especificamente no município de Salinópolis, no Pará.
O filme é esteticamente influenciado pela tradição da fotografia paraense, em especial os trabalhos de Miguel Chikaoka e Luiz Braga.
A fotografia do longa é assinada pelo recifense Beto Martins, o mesmo de “A História da Eternidade”, do pernambucano Camilo Cavalcante.
Na direção de arte, concebida pelo paraense Rui Santa-Helena – que também fez “Ribeirinhos do asfalto”, filme de Jorane Castro premiado com a melhor direção de arte no 39º Festival de Gramado – , aspectos precários de uma região Norte imersa em uma sociedade de consumo desenfreado ganham ênfase em tomadas específicas.
Sobre as escolhas dos cenários, Jorane pontua:
Há uma cena em que a filha de Keithylennye brinca com algo de plástico, de cor neon, em uma palafita, no meio da Baía do Guajará.
Seria como se aquele objeto fizesse parte daquele mundo, como se a globalização incluísse pelo consumo, e criasse a sensação de ser igual pelo pertencimento a sociedade capitalista.
Enquanto isso, ali perto da comunidade, dividindo o mesmo espaço físico e sonoro, um apartamento custa R$ 1 ,5 milhão de reais.
As filmagens mobilizaram uma equipe em torno de 60 pessoas. A diretora ressalta:
Usamos de dez a 15 carros e chegamos a nos deslocar 35 km da base por dia.
Encaramos contratempos de clima e longas distâncias, optando por filmar na luz de inverno amazônico, que é uma luz muito especial, difusa e clara.
Cerca de 90% da equipe é inteiramente do Pará.
O paraense radicado em Recife, Ofir Figueiredo, sócio da Rec Produtores Associados, é o produtor executivo do filme.
Produzido pela Cabocla Filmes, de Belém, em coprodução com a REC Produtores Associados, do Recife.
Para Ter Onde Ir conta com incentivo do edital de Longa-Metragem de Baixo Orçamento (Longa BO), da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MinC), e do Governo do Pará/Secretaria de Turismo.
O valor total captado para o filme foi da ordem de R$ 1,35 milhão.