Godzilla e Kong: O Novo Império” (“Godzilla x Kong: The New Empire”, 2023); Direção: Adam Wingard; Roteiro: Terry Rossio e Simon Barrett e Jeremy Slater; Elenco: Rebecca Hall, Brian Tyree Henry, Dan Stevens, Kaylee Hottle, Alex Ferns, Fala Chen; Duração: 115 minutos; Gênero: Ação, Aventura, Ficção Cientifica; Produção: Thomas Tull, Jon Jashni, Brian Rogers, Mary Parent, Alex Garcia, Eric McLeod; País: Estados Unidos; Distribuição: Warner Bros. Pictures; Estreia no Brasil: 28 de Março de 2024;

Godzilla e Kong 02
(Divulgação/Imagem: Cortesia da Warner Bros. Pictures/Dan McFadden)

Lá se vai uma década desde que “Godzilla” estreou nos cinemas, numa tentativa estadunidense de reviver o icônico personagem no que pudesse se tornar uma franquia. O que foi estabelecido no filme de Gareth Edwards (“Resistência”) passou por transformações principalmente porque seu rival ganhou um filme que era quase um contraponto a seriedade dramática vista lá, com “Kong: Ilha da Caveira” levando a franquia mais para o lado da ação. Algo necessário até porque “Godzilla II: Rei dos Monstros” já prometia muito mais embates entre as criaturas titânicas, culminando, obviamente, no derradeiro confronto entre os protagonistas em “Godzilla vs Kong”, filme que, inclusive, foi lançado em meio ao processo de início de vacinação contra a Covid-19, portanto, visto muito mais em telinhas do que devidamente no cinema, infelizmente. No meio disso tudo a franquia também ganhou uma série derivada na Apple TV+, “Monarch – Legacy of Monsters”, mas sem seus principais “titãs”, que foram reservados especialmente para “Godzilla e Kong: O Novo Império”, um filme que é o claro resultado de 4 diretores em 5 filmes e uma falta de identidade visual ou critérios entre uma produção e outra, denotando através da série derivada uma tentativa desesperada de colar os fiapos de história através de teorias conspiratórias envolvendo uma agência tão misteriosa quanto desinteressante.

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(Divulgação/Imagem: Cortesia da Warner Bros. Pictures/Dan McFadden)

A primeira sequência de “Godzilla e Kong: O Novo Império” diz muito sem dizer sequer uma palavra, entregando ação como uma forma de promessa de que o filme não se prenderá ao que tanto se fez um problema em seus antecessores, Adam Wingard mostra que é capaz de contar uma história sem precisar de palavras ao retratar o cansaço e a solidão de Kong. É tudo muito simples e até por isso mesmo funcional, só que essa promessa nunca é cumprida, e logo em seguida são introduzidas tramas de personagens que são descartáveis, repetindo o que há de pior na franquia. O próprio Wingard se bate com isso, porque ao construir uma cena de diálogo entre dois personagens humanos são tantos ângulos e cortes que torna tudo um frenesi incompreensível, ainda mais quando qualquer diálogo se torna numa exposição verborrágica de roteiro, isso quando não estão explicando em falas o que acabamos de ver com os olhos. Essa intercalação entre humanos e titãs cansa, porque vai emperrando o andamento da narrativa. Quem liga para o que a marinha estadunidense fala num submarino seguindo Godzilla? Faz questionar se são mesmo necessários três roteiristas para escrever a história que vemos aqui, porque o resultado é uma completa salada de frutas.

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(Divulgação/Imagem: Cortesia da Warner Bros. Pictures)

Godzilla e Kong: O Novo Império” é envolto em redundâncias e se estende em pontos desinteressantes que não funcionam como drama ou alívio cômico, e tudo inexplicavelmente, porque as interações entre as criaturas digitais são sempre o que preenchem as lacunas que os intérpretes humanos não conseguem, estes últimos, aliás, só funcionam quando o filme não os leva a sério e faz tiradas rápidas, porque quando se estende um pouco mais, se torna completamente constrangedor. Como toda a trama envolvendo a Jia de Kaylee Hottle e uma série de personagens que simplesmente não possuem uma linguagem definida, algo que chega a ser cômico. E esses personagens vem e vão sem qualquer necessidade, e a prova maior de que são uma perda de tempo é quando nos atemos aos melhores momentos do filme: Sua sequência inicial, o primeiro embate entre Kong e o vilão do filme, e o clímax que culmina numa sequência no Rio de Janeiro. Podia ser ainda melhor se Adam Wingard conseguisse conduzir tais cenas de ação com mais controle e criatividade, porque por mais que entretenham, soam meio genéricas e até anticlimáticas se comparadas às do filme anterior. “Godzilla e Kong: O Novo Império” é um filme caótico, e não num bom sentido, pois poderia pender para um lado frenético e uma ação mais enérgica, o que encontramos são várias ideias jogadas e executadas de maneira simplória.

Godzilla e Kong: O Novo Império” – Trailer Legendado:

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