Por mais que eu não seja a favor de todas as regras impostas na categoria de “Melhor Filme Estrangeiro” e os responsáveis pelas escolhas parecem ter um tipo de preferência por determinados temas, essa ainda é a categoria do Oscar que mais gosto de acompanhar. Diversos países se reúnem para mostrar o que segundo eles, fizeram de melhor naquele ano. Alguns excelentes candidatos acabam por ficar injustamente de fora, enquanto outros medianos entram, mas em compensação existem aquelas pérolas pouco conhecidas que são reveladas ao mundo através da categoria. Mesmo sendo imprevisível, decidi esse ano arriscar um palpite de nove grandes concorrentes, analisando a boa recepção no exterior, notas externas e vitórias em importantes premiações. Lista:
09. Cantiflas ( Sebastian del Amo, México )
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Sucesso nos Estados Unidos, o filme é uma biografia de Cantiflas, premiado ator e humorista mexicano que chegou a vencer um Globo de Ouro por “A Volta ao Mundo em 80 Dias”. Oscar Jaenada, que vive o protagonista, também recebeu muitos elogios devido a intensa preparação para o personagem.
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08. Dois Dias, Uma Noite ( Jean-Pierre & Luc Dardenne, Bélgica )
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Ainda que a Bélgica não tenha tido muito sucesso nas últimas vezes que enviou uma obra dos irmãos Dardenne para a categoria, a importância e a boa recepção de seus filmes são sempre uma forte aposta. Fora os elogios, o longa-metragem ainda conta com o fator de ser estrelado por Marion Cotillard, já premiada com o Oscar de Melhor Atriz e que mostra mais uma atuação bastante impactante.
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07. Human Capital ( Paolo Virzi, Itália )
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Vencedora do último Oscar da categoria com “A Grande Beleza“, a Itália é sempre um nome a ser considerado, sendo o país recordista de vitórias. Esse ano o júri escolheu “Human Capital” em meio a uma seleção excelente, que incluía o bastante premiado “The Wonders“. O filme é uma adaptação do romance americano de Stephen Amidon.
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06. Winter Sleep ( Nuri Bilge Ceylan, Turquia )
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Só o fato de ter vencido a Palma de Ouro em Cannes 2014, em um ano bastante disputado, “Winter Sleep” já pode ser considerado um dos favoritos ao prêmio. Bastante comparado aos trabalhos de Bergman (outro motivo) na época do festival, Ceylan apresenta uma trama de conflitos familiares, que tem como cenário um hotel na fria Anatólia.
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05. Force Majeure ( Ruben Ostlund, Suécia )
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Outro premiado em Cannes, o candidato da Suécia recebeu muitos elogios por onde foi exibido. O longa-metragem apresenta uma família que vai passar as férias de inverno nos Alpes e é vítima de um avalanche. O pai reage ao fato com covardia, o que fará com que ele seja perseguido pelos seus erros até o fim de sua vida. Apesar da sinopse aparentemente pesada, a produção faz uma mistura de drama com comédia.
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04. Mommy ( Xavier Dolan, Canadá )
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Prêmio do Júri no Festival de Cinema de Cannes, “Mommy” parece trazer o jovem Xavier Dolan em um trabalho na mesma linha de “Tom na Fazenda” – menos preocupado com o visual e mais focado na densidade de sua trama. Aqui, uma mãe solteira que cria seu filho violento sozinha, encontra uma esperança quando uma misteriosa vizinha se insere em sua casa.
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03. Relatos Selvagens ( Damián Szifron, Argentina )
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Aplaudido de pé em diversos festivais, fenômeno de bilheteria na Argentina, “Relatos Selvagens” é mais um forte concorrente dos nossos hermanos, que já venceram o prêmio duas vezes. Com o ícone do país Ricardo Darín no elenco, o filme narra seis histórias individuais sobre vingança e perda de controle.
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02. Leviathan ( Andrey Zvyagintsev, Rússia )
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Kolia vive em uma pequena cidade próxima ao Mar de Barents junto com sua mulher e seu filho. Pretendendo tomar conta da propriedade da família de Kolia, o prefeito local decide suborna-lo. Quando sua tentativa não tem resultado, ele começa então a utilizar métodos mais agressivos. Vencedor do prêmio de Melhor Roteiro em Cannes, “Leviathan” ganhou ainda mais destaque e força ao ser consagrado recentemente também no Festival de Cinema de Londres.
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01. Ida ( Pawel Pawlikowski, Polônia )
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Minha aposta para o grande vencedor é o filme Ida, representante da Polônia. O país já concorreu diversas vezes ao prêmio sem nunca ter saído vencedor. Anna é uma noviça, que antes de tomar seu votos definitivos é obrigada a viajar até a aldeia onde nasceu para conhecer sua única parente viva. Acaba por descobrir ser judia, que a força a escolher entre a identidade biológica e a religião que a salvou dos massacres provocados pela ocupação nazista. O longa-metragem em preto e branco foi considerado por muitos como o melhor do ano até o momento e tem um tema que costuma agradar os votantes da categoria.
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Lista completa de pré-indicados:
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Afeganistão: A few cubic meters of love, de Jamshid Mahmoudi
Argentina: Relatos selvagens, de Damián Szifrón
Austrália: Charlie’s country, de Rolf de Heer
Áustria: The dark valley, de Andreas Prochaska
Azerbaijão: Nabat, de Elchin Musaoglu
Bangladesh: Glow of the firefly, de Khalid Mahmood Mithu
Bélgica: Dois dias, uma noite, de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne
Bolívia: Forgotten, de Carlos Bolado
Bósnia e Herzegovina: With Mom, de Faruk Lon’arevi’
Brasil: Hoje eu quero voltar sozinho, de Daniel Ribeiro
Bulgária: Bulgarian Rhapsody, de Ivan Nitchev
Canadá: Mommy, de Xavier Dolan
Chile: To Kill a Man, de Alejandro Fernández Almendras
China: The Nightingale, de Philippe Muyl
Colômbia: Mateo, de María Gamboa
Costa Rica: Red Princesses, de Laura Astorga Carrera
Croácia: Cowboys, de Tomislav Mrši’
Cuba: Conducta, de Ernesto Daranas Serrano
República Tcheca: Fair Play, de Andrea Sedlácková
Dinamarca: Sorrow and Joy, de Nils Malmros
República Dominicana: Cristo Rey, de Leticia Tonos
Equador: Silence in Dreamland, de Tito Molina
Egito: Factory Girl, de Mohamed Khan
Estônia: Tangerines, de Zaza Urushadze
Etiópia: Difret, de Zeresenay Berhane Mehari
Finlândia: Concrete Night, de Pirjo Honkasalo
França: Saint Laurent, de Bertrand Bonello
Geórgia: Corn Island, de George Ovashvili
Alemanha: Beloved Sisters, de Dominik Graf
Grécia: Little England, de Pantelis Voulgaris
Hong Kong: The Golden Era, de Ann Hui
Hungria: White God, de Kornél Mundruczó
Islândia: Life in a Fishbowl, de Baldvin Zophoníasson
Índia: Liar’s Dice, de Geetu Mohandas
Indonésia: Soekarno, de Hanung Bramantyo
Irã: Today, de Reza Mirkarimi
Iraque: Mardan, de Batin Ghobadi
Irlanda: The Gift, de Tom Collins
Israel: Gett, the Trial of Viviane Amsalem, de Ronit Elkabetz e Shlomi Elkabetz
Itália: Human Capital, de Paolo Virzì
Japão: The Light Shines Only There, de Mipo O
Kosovo: Three Windows and a Hanging, de Isa Qosja
Quirguistão: Kurmanjan Datka Queen of the Mountains, de Sadyk Sher-Niyaz
Letônia: Rocks in My Pockets, de Signe Baumane
Líbano: Ghadi, de Amin Dora
Lituânia: The Gambler, de Ignas Jonynas
Luxemburgo: Never Die Young, de Pol Cruchten
Macedônia: To the Hilt, de Stole Popov
Malta: Simshar, de Rebecca Cremona
Mauritânia: Timbuktu, de Abderrahmane Sissako
México: Cantinflas, de Sebastián del Amo
Moldávia: The Unsaved, de Igor Cobileanski
Montenegro: The Kids from the Marx and Engels Street, de Nikola Vuk’evi’
Marrocos: The Red Moon, de Hassan Benjelloun
Nepal: Jhola, de Yadav Kumar Bhattarai
Países Baixos: Accused, de Paula van der Oest
Nova Zelândia: The Dead Lands, de Toa Fraser
Noruega: 1001 Grams, de Bent Hamer
Paquistão: Dukhtar, de Afia Nathaniel
Palestina: Eyes of a Thief, de Najwa Najjar
Panamá: Invasion, de Abner Benaim
Peru: The Gospel of the Flesh, de Eduardo Mendoza
Filipinas: Norte, the End of History, de Lav Diaz
Polônia: Ida, de Pawel Pawlikowski
Portugal: What Now? Remind Me, de Joaquim Pinto
România: The Japanese Dog, de Tudor Cristian Jurgiu
Rússia: Leviathan, de Andrey Zvyagintsev
Sérvia: See You in Montevideo, de Dragan Bjelogrli
Cingapura: Sayang Disayang, de Sanif Olek
Eslováquia: A Step into the Dark, de Miloslav Luther
Eslovênia: VSeduce Me, de Marko Šanti’
África do Sul: Elelwani, de Ntshavheni Wa Luruli
Coréia do Sul: Haemoo, de Shim Sung-bo
Espanha: Living Is Easy with Eyes ClosedV, de David Trueba
Suécia: Força maior, de Ruben Östlund
Suíça: The Circle, de Stefan Haupt
Taiwan: Ice Poison, de Midi Z
Tailândia: The Teacher’s Diary, de Nithiwat Tharathorn
Turquia: Winter Sleep, de Nuri Bilge Ceylan
Ucrânia: The Guide, de Oles Sanin
Reino Unido: Little Happiness, de Nihat Seven
Uruguai: Mr. Kaplan, de Álvaro Brechner
Venezuela: The Liberator, de Alberto Arvelo
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http://www.youtube.com/watch?v=oXhCaVqB0x0