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Crítica | Extermínio: A Evolução

Não foi há exatamente 28 anos atrás, mas quase isso, que Danny Boyle (“Trainspotting 2”) lançava seu “Extermínio”, tradução infeliz no Brasil que deram a “28 Days Later” (traduzido literalmente é “28 Dias Depois”), fazendo parte da leva de filmes extremamente influente do cineasta britânico durante os anos 2000. Seu filme pós apocalíptico, porém, talvez tenha sido o que melhor envelheceu e resistiu ao tempo, muito porque todo o estilo que Boyle implementa ali casa com a narrativa do filme e gera uma força que o faz perdurar até hoje. Não é à toa, portanto, que no retorno a este universo 23 anos depois, Danny Boyle tente tanto emular a si próprio em “Extermínio 3: A Evolução”, utilizando de ferramentas, como gravar com um iPhone, para criar no filme uma aura que de alguma forma se assemelhe ao que um dia foi seu cinema. Contudo, décadas se passaram e nem ele e nem o mundo são os mesmos, então até mesmo a sensação de autenticidade que se tinha no original é mais artificial, assim como a tentativa de criar algo “descolado”, que na verdade soa mais é como deslocado, ao menos a princípio, até que o filme, finalmente, encontra o caminho que realmente o interessa e que melhor funciona.

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(Divulgação: Columbia Pictures)

Escrito por Alex Garland, não é de surpreender a quantidade de ideias que “Extermínio 3: A Evolução” apresenta, o volume de coisas que quer debater, um apanhado de pensamentos que ecoam ali e deixam o filme meio confuso e meio aquém em seu primeiro ato, quase literalmente vagando sem um rumo. Não ajuda também que Aaron Taylor-Johnson seja o protagonista nesse primeiro momento, porque entrega pouco para termos qualquer sentimento em relação a seu personagem. Alfie Williams é promissor, mais ainda falta algo ao jovem ator e, portanto, quem sustenta o filme quando a história, de fato, começa a se desenvolver, é Jodie Comer, numa belíssima atuação e que ajuda a dar sentido à “Extermínio 3: A Evolução”. Quem complementa as nuances do filme é Ralph Fiennes (“Conclave”) numa pequena e fundamental participação. Comer, Williams e Fiennes são os responsáveis por dar brilho a está história, porque o trio funciona muito bem juntos e isso dá uma força arrebatadora à escolha que Boyle e Garland fazem sobre qual será o tópico principal do filme. Em meio a todo o caos, medo, sofrimento e mortes, “Extermínio 3: A Evolução” encontra junto de seus personagens uma beleza que até se torna piegas, contudo, antes disso eleva o filme a algo tão bom quanto o original, encontrando um acolhimento que é tocante e sincero, com uma sensibilidade que torna tudo ali importante e nos deixa ansiando por mais.

Extermínio: A Evolução” – Trailer Legendado:

Extermínio: A Evolução” (“28 Years Later”, 2025); Direção: Danny Boyle; Roteiro: Alex Garland; Elenco: Jodie Comer, Aaron Taylor-Johnson, Alfie Williams, Ralph Fiennes; Duração: 115 minutos; Gênero: Suspense; Produção: Andrew Macdonald, Peter Rice, Bernard Bellew, Danny Boyle, Alex Garland; País: Estados Unidos, Reino Unido; Distribuição: Sony Pictures; Estreia no Brasil: 19 de Junho de 2025;

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