Direção: Oliver Hirschbiegel
Roteiro: Stephen Jeffreys
Elenco: Naomi Watts, Naveen Andrews, Douglas Hodge, Geraldine James
País de Origem: Reino Unido
Estreia no Brasil: 18 de Outubro de 2013
Estreia Mundial: 20 de Setembro de 2013
Gênero: Drama
Duração: 113 minutos
IRREGULAR NA MAIORIA DOS MOMENTOS, DIANA NÃO CONSEGUE SE SUSTENTAR NEM COMO FILME BIOGRÁFICO, NEM COMO DRAMA ROMÂNTICO, PERDENDO A CHANCE DE RETRATAR DE FORMA MAIS ABRANGENTE E INTERESSANTE A ENIGMÁTICA VIDA DA “QUEEN OF HEARTS”
Admito que pouco sei em relação à vida da princesa Diana, mas sempre ouvi a forte relação de afeto que a maioria das pessoas, principalmente os ingleses, tiveram e ainda tem por ela. O que era pra ser seu filme, no entanto, termina por ser apenas mais um drama romântico e que nem às lagrimas consegue levar.
Focando apenas nos dois últimos anos da vida da princesa de Gales – aqui interpretada por Naomi Watts (O Impossível) – Diana nos apresenta a dificultosa vida que a aspirante à rainha passa com o seu casamento infeliz, com a ausência dos filhos e, principalmente, com a falta de liberdade. Ao visitar uma amiga no hospital, ela acaba conhecendo o cirurgião Hasnat Khan (Naveen Andrews da série Lost) e ambos começam a viver uma relação de amor que, em tela, é extremamente enfadonha, uma vez que o casal não tem sintonia alguma. Além disso, há um excesso de brigas entre o casal e que não têm motivo algum para estar no filme senão para enrolar o espectador, visto que todas as discussões do casal são pelo mesmo motivo.
Ao passo que o roteiro de Stephen Jeffreys tropeça em vários aspectos, o mesmo não pode ser dito em relação à direção de Oliver Hirschbiegel (do excelente A Queda! As Últimas Horas de Hitler) que está extremamente coesa e que, em certos momentos, chega a aliviar os diálogos desnecessários e repetitivos do argumento de Jeffreys. Mas nem tudo são flores. A montagem de Reg Poerscout-Edgerton (Sherlock Holmes) é extremamente cheia de “barrigas”, aumentando muito o tempo do casal (que não consegue simpatia do público) em tela e esquecendo de mostrar um pouco mais da relação da princesa com os filhos e com as demais pessoas presentes em sua vida.
Não, não esquecerei de mencionar a atuação de Naomi Watts, que é uma ótima atriz e que está merecendo há muito tempo um Oscar. Em Diana, entretanto – mais uma vez insisto – o roteiro não dá o espaço necessário para Watts nos mostrar o peso que a personagem exige. Por focar demasiadamente na problemática relação da princesa com o doutor, os dramas, as polêmicas e as acusações que assombraram o final da vida dela, não ganham destaque e o que vemos é apenas um ótimo trabalho de maquiagem e de figurino que conseguiu deixar Naomi idêntica à Lady Di.
Irregular na maioria dos momentos, Diana não consegue se sustentar nem como filme biográfico, nem como drama romântico, perdendo a chance de retratar de forma mais abrangente e interessante a enigmática vida da “Queen of Hearts”.