Un profil pour deux (2017); Direção: Stéphane Robelin; Roteiro: E Stéphane Robelin; Elenco: Pierre Richard, Yaniss Lespert, Fanny Valette; Duração: 99 minutos; Gênero: Comédia, Romance; Produção: Fabian Gasmia; País: França; Distribuição: Paris Filmes; Estreia no Brasil: 9 de Novembro de 2017;
A chamada melhor idade pode esconder diversas angústias e frustrações, principalmente quando diversas pessoas importantes vão falecendo e a solidão vai ficando cada vez mais presente e pesada. Com o avanço tecnológico e o surgimento da internet, as distâncias foram diminuindo e o contato com pessoas novas e desconhecidas ficou mais fácil, a ponto de ser possível criar a manter relacionamentos apenas no mundo virtual. Para alguém jovem, esse processo pode ser orgânico; para um senhor de 79 anos, contudo, marcar encontros on-line pode ser um bela peripécia e aí entra a sensibilidade e genialidade de um perfil para dois.
Pierre (Pierre Richard) é um aposentado que, após perder sua esposa, se enclausura e não sai de casa há quase de dois anos. Agora ele tem a chance de buscar um novo relacionamento com a ajuda da internet, porque, por meio de Alex (Yaniss Lespert), um homem contratado por sua filha para ensiná-lo a usar o computador, ele cria um perfil em um site de namoro. Lá, conhece a jovem Flora (Fanny Valette), e decide marcar um encontro. Porém a foto que usou no perfil é de Alex, e não dele.
Pela sinopse já é perceptível que a situação é bastante inusitada e, sem dúvida, garante boas risadas, principalmente pelo excelente trabalho do roteiro ao lidar com uma mistura de drama e comédia. Há uma historia de não aceitação e de insegurança do protagonista que precisa ser abordada e aprofundada e que, nas mãos de um roteirista e diretor menos competente poderia transformar tudo em um melodrama insuportável. Contudo, Stéphane Robelin sabe conduzir a narrativa de forma leve, mas sem deixar de apresentar as dificuldades de Pierre.
Além disso, Pierre Richard tem um carisma inigualável no papel do protagonista tanto para nos fazer rir quanto para nos fazer chorar. Yaniss Lespert também funciona muito bem como Alex e o destaque vai para Fanny Valette que, mesmo com pouco tempo de tela, consegue roubar a cena com seu excelente trabalho de composição de personagem que consegue trazer um misto de inocência e sabedoria.
Mas Um Perfil Para Dois acerta mesmo pela sua sensibilidade ao retratar as inseguranças que as pessoas idosas ainda vivem para se relacionar, o personagem de Pierre não se acha bom o suficiente para encontrar alguém e o fato de Flora ser mais jovem agrava ainda mais a situação. Entretanto, falta um pouco de coragem do filme no terceiro ato para questionar sobre as aparências e como atrás do computador a foto da pessoa pode ser o que menos interessa e, infelizmente, a produção reafirma alguns estereótipos da nossa sociedade, o que é uma pena tendo em vista que a mensagem final pode entrar em contradição com o resto da fita.
De qualquer forma, Um Perfil Para Dois é um filme leve, carismático e divertido, tanto pelo enredo incomum, quanto pelo acerto em lidar com a situação de forma não exagerada ou inverossímil. É um longa honesto sobre envelhecer e aceitar que ainda é possível viver um nova amor, mesmo que de forma diferente da qual se está acostumado.
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