• Gênero: Comédia Romântica
  • Direção: Billy Wilder
  • Roteiro: Billy Wilder, baseado na peça de George Axelrod
  • Elenco: Marilyn Monroe, Tom Ewell, Evelyn Keyes, Sonny Tufts e Oscar Homolka
  • Duração: 105 minutos
  • Ano de Lançamento: 1955
  • País: Estados Unidos

 

 Marilyn Monroe de fato foi um dos nomes mais importantes da história do cinema. Não ficou famosa por ser uma atriz de nível impecável em termos de atuação, como por exemplo Bette Davis e Katharine Hepburn, mas por sua presença luminosa na tela. As lentes adoravam a sua presença e o público também! A maior estrela que já pisou em Hollywood, fazia de tudo que envolvia seu nome um sinônimo de sucesso. Bastava ela entrar em cena para roubar todas as atenções, principalmente pela sua beleza estonteante e sua sensualidade, contrastando com um ar de inocência e uma voz doce e suave.

Nesse filme dirigido pelo mestre Billy Wilder, temos Richard Sherman, um editor de livros de Manhattan em meio a um período de férias americano, onde os maridos ficam trabalhando e as esposas viajam com os filhos. Mostrando até uma inusitada ligação histórica com esses fatos, os homens nesse período buscam aproveitar a ausência das esposas para procurar outras mulheres. Inicialmente, Sherman mostra ter um comportamento diferente, achando tudo um absurdo, mas isso acaba mudando com a chegada de uma nova vizinha no andar de cima, uma mulher atraente que sonha em ser famosa.

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O filme é sobre o personagem Richard Sherman, interpretado por Tom Ewell e sua culpa por estar seguindo o mesmo estilo infiel adotado por outros maridos, além dos medos e paranoias de ser descoberto, imaginando-se em diversas situações cômicas. Agora, quem rouba a cena e o filme para si é a diva platinada. “O Pecado Mora ao Lado” está longe de figurar na lista de melhores trabalhos do cineasta Billy Wilder, do qual destaco “Crepúsculo dos Deuses”, “Se Meu Apartamento Falasse” e “Quanto Mais Quente Melhor”, mas sem dúvidas é uma de suas obras mais populares graças a sua presença, onde ela o eleva a um alto nível. Primeiramente, temos nele a icônica cena na qual a brisa do metrô levanta o vestido de Marilyn, leiloado recentemente por mais de 8 milhões de dólares. É uma cena mágica, mas que passa de forma rápida e que se tornou inesquecível por todas as polêmicas e referências em torno dela. A cena foi gravada externamente e lotou a rua de fotógrafos e curiosos, sendo filmada diversas vezes devido aos esquecimentos de Monroe das falas, causando euforia no público. O tumulto foi tanto que as cenas nem puderam ser utilizadas e foram regravadas dentro dos estúdios da Fox.  Acabou também por ser um dos pivôs da separação de Marilyn com Joe Dimaggio. Jogador de beisebol, ele era bastante conservador e esperava uma esposa discreta e dedicada a família, algo bem oposto da realidade da atriz. Ver todos aqueles homens em volta de sua mulher deixou-o furioso.

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Problemas com o conservadorismo inclusive, foi uma das coisas que o filme de Billy Wilder mais enfrentou. Primeiramente a obra já violava o setor de censura, pois burlava a regra de que um caso extraconjugal não poderia ser tema de uma comédia ou despertar riso. O diretor era conhecido pelos desafios a essas restrições em antigos trabalhos e aceitou mais esse desafio e embora muitas cenas tenham sido cortadas, conseguiu concluir a obra. O mais engraçado é o que para época foi considerado motivo de censura, por ser demasiadamente sensual e ousado, hoje em dia o filme passa uma grande inocência. Nós acostumados com a total liberdade de criação do cinema atual, vemos agora em “O Pecado Mora ao Lado” uma rara pureza. No lugar das cenas de sexo presente nos filmes sobre o tema nos dias de hoje, temos idas ao cinema e pequenas insinuações, muitas delas frutos da fértil imaginação de Sherman e seus desejos incontroláveis, mas também auxiliados pelo jeito meigo que Marilyn impõe a sua personagem.

Outra escolha bastante acertada foi a de Tom Ewell. Em tempos que grandes divas do cinema tinham pares românticos com uma beleza na mesma altura, a ideia de escalar um homem comum para o papel soa genial, especialmente para o marketing do filme. É a verdadeira idealização das fantasias masculinas, onde temos um símbolo sexual tendo um caso com um homem de aparência basicamente comum. Além desse fator, Ewell já tinha experiência no personagem por atuar na peça teatral que originou o filme, lançada na Broadway em 1952, sendo realmente um bom comediante, tendo um bom timing cômico e conseguindo divertir o espectador e fazer os momentos de humor funcionarem.

Cada vez se faz mais valida a opinião de Billy Wilder ao dizer que a presença de Marilyn Monroe em cena, a sua fluidez durante as falas, superou todos os inúmeros atrasos, esquecimentos de textos, causados pela sua autodestruição e problemas de depressão. Sem dúvidas, “O Pecado Mora ao Lado” não seria o mesmo e nem tão lembrado sem sua presença, fazendo todos os esforços serem válidos e para nosso deleite em vê-la em cena.

 

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