Confira abaixo a primeira parte de uma série de publicações focadas em listar os melhores filmes do cinema nacional de 2010 a 2015. Alguns deles grande parte do público brasileiro infelizmente não teve acesso, mas que com certeza dão um tapa na cara dos que falam que só produzimos comédias sem graça e sem criatividade.
Começando pelo ano de 2010:
TROPA DE ELITE 2 – O INIMIGO AGORA É OUTRO (José Padilha)
Sinopse: Nascimento (Wagner Moura), agora coronel, foi afastado do BOPE por conta de uma mal sucedida operação. Desta forma, ele vai parar na inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Contudo, ele descobre que o sistema que tanto combate é mais podre do que imagina e que o buraco é bem mais embaixo. Seus problemas só aumentam, porque o filho, Rafael (Pedro Van Held), tornou-se adolescente, Rosane (Maria Ribeiro) não é mais sua esposa e seu arqui-inimigo, Fraga (Irandhir Santos), ocupa posição de destaque no seio de sua família. Fonte: Adoro Cinema
Por que vale a pena ver: Se “Tropa de Elite” de 2007 foi considerado um marco para o cinema nacional, sua sequencia conseguiu aumentar ainda mais o nível. Com uma trama mais complexa, o longa continuou retratando a realidade da violência e da corrupção no Brasil com uma critica social mais forte a respeito da policia e dos políticos; é um verdadeiro tapa na cara da sociedade. Um longa dinâmico com cenas de ação na medida e que prendem o telespectador. O roteiro e direção são sensacionais, talvez o filme mais ousado já feito no país.
LIXO EXTRAORDINÁRIO (João Jardim, Karen Harley, Lucy Walker)
Sinopse: Filmado ao longo de quase três anos, Lixo Extraordinário acompanha a visita do artista plástico Vik Muniz a um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. Lá, ele fotografa um grupo de catadores de materiais recicláveis. O objetivo inicial de Muniz era “pintar” esses catadores com o lixo. No entanto, o trabalho com estes personagens revela a dignidade e o desespero que enfrentam quando sugestionados a imaginar suas vidas fora daquele ambiente. Fonte: Filmow
Por que vale a pena ver: Ganhador dos prêmios de público nos festivais de Sundance e Berlim e indicado ao Oscar de melhor documentário em 2010, e esse reconhecimento todo foi mais do que merecido. Um documentário emocionante e que não trata da miséria e sim da força e da esperança dos catadores de lixo que são praticamente invisíveis e desvalorizados pelo seu trabalho, mas que mesmo passando por dificuldades e perdas estão sempre com um sorriso no rosto e dando uma aula de dignidade, de respeito, solidariedade, união, de sabedoria em transformar as adversidades e de valores ambientais. Um filme que retrata o lixo transformando a arte e a vida.
LÉO E BIA (Oswaldo Montenegro)
Sinopse: Conta a história de sete jovens que em Brasília, no auge da ditadura militar, resolvem viver de arte. No fim dos anos hippies, essa turma vive as aventuras, alegrias e dificuldades de ir atrás dos seus sonhos. O filme é uma homenagem à amizade e à luta de sete adolescentes para viverem seus sonhos, além e apesar de tudo. Fonte: Filmow
Por que vale a pena ver: Esse é um filme/peça teatral/musical, que na minha opinião, você não sabe se sorri ou se chora a cada cena. Oswaldo conseguiu alternar entre felicidade, tristeza, intensidade e leveza, com diálogos geniais fazendo um misto de assuntos interessantes como conflitos sociais, psicológicos e familiares, interpretações naturais e joviais de um elenco extremamente talentoso (destaque para Paloma Duarte) e uma postura teatral que te faz sentir como um participante de tudo aquilo. A trilha sonora apaixonante e executada com maestria pelos músicos dá ainda mais ganhos ao filme. Simplesmente poesia baseada em fatos reais.
COMO ESQUECER (Malu de Martino)
Sinopse: Júlia (Ana Paula Arósio) é professora de literatura inglesa e não se conforma de ter sido abandonada por sua companheira Antônia depois de 10 anos de relacionamento. Agora, de mal com a vida, ela luta para enfrentar os fantasmas das recordações e para isso vai contar com o apoio do amigo Hugo (Murilo Rosa), um gay viúvo, com quem irá dividir um novo lar e tentar aprender que a vida segue em frente e os sentimentos perduram. Fonte: Adoro Cinema
Por que vale a pena ver: Considero esse filme diferente das produções habituais do cinema brasileiro. Como Esquecer é simples, é melancólico, retrata com maestria o que é sofrer por uma perda e como lidar com a ausência de uma pessoa amada. O roteiro faz você se sentir lendo um livro de romantismo de tão poético e cheio de diálogos que fazem pensar na vida, no amor. Ponto positivo para o elenco também, principalmente para a talentosíssima Ana Paula Arósio.
REFLEXÕES DE UM LIQUIDIFICADOR (André Klotzel)
Sinopse: Um filosófico liquidificador (Selton Mello) nos conta de sua amizade com Elvira (Ana Lúcia Torre), uma dona de casa que passa por um momento agitado em sua vida. Seu marido, Onofre (Germano Haiut), desapareceu há alguns dias, e ela decide ir à policia dar queixa do sumiço. Em meio a reflexões sobre a vida e as diferenças entre os objetos e os seres humanos, o liquidificador nos conta como tudo começou. Fonte: Filmow
Por que vale a pena ver: A maioria das pessoas que eu conheço assistiram esse filme sem esperar nada, talvez pelo fato de um liquidificador falante ser o protagonista, mas o vozeirão de Selton Mello e a magnífica e hilária Ana Lúcia Torre em conjunto com um roteiro excelente e filosófico levam o filme a ser um dos melhores do cinema nacional.
Um longa leve, trágico e cômico na medida certa, criativo, com um toque de humor negro, fotografia linda e com reflexões muitas vezes úteis e perspicazes. Depois de vê-lo duvido que você não olhará com outros olhos para seu liquidificador e até mesmo puxará um papo com ele.
HISTÓRIAS DE AMOR DURAM APENAS 90 MINUTOS (Paulo Halm)
Sinopse: Zeca (Caio Blat) é um escritor de 30 anos que, por não conseguir escrever, está no mais completo ócio. Ele é casado com Júlia (Maria Ribeiro), mas vive uma crise no relacionamento pelo fato de Zeca não querer nada enquanto Júlia sabe bem o que deseja da vida. Esta situação o deixa infeliz, mas conformado com a vida que leva. Esta situação muda quando ele passa a acreditar que sua esposa está traindo-o, com outra mulher. Fonte: Filmow
Por que vale a pena ver: É um longa com uma história pesada, com uma mensagem forte e extremamente erótico. Um romance cheio de especulações, tendo momentos engraçados e outros muito dramáticos, praticamente um Dom Casmurro contemporâneo. Caio Blat mostra mais uma vez que se sai muito melhor fazendo cinema do que televisão, tendo mais liberdade com seu personagem e explorando muito mais seu talento, dessa vez com um protagonista intrigante, fracassado e com falta de ânimo para a vida. O roteiro tem várias frases marcantes, daquelas que você tenta lembrar novamente quando o filme termina. A fotografia transparece o que é a vida de Zeca: por muitas vezes desbotada, sem graça, obscura.
Talvez esse filme faça muitos Zecas da vida real refletirem. Pessoas que tem sonhos e projetos futuros, mas que têm preguiça ou medo de encarar a realidade e ir em busca do que querem.
Acha que está faltando algum filme? Escreva nos comentários!
2 Comments
Iale Lima
Achei que faltou Ponte Aérea, é novo porém muito bom, relata uma bela história de amor baseada na atualidade. Mas a lista está ótima. <3
Josy Ellerbrock
Obrigada pela dica Iale, ainda não tinha ouvido falar de Ponte Aérea, mas vou adiciona-lo em um dos posts 😉