Direção: Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg e História de Jane Goldman, Simon Kinberg e Matthew Vaughn
Elenco: Hugh Jackman, James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Ian McKellen, Patrick Stewart, Ellen Page
Produção: Simon Kinberg, Hutch Parker, Lauren Shuler Donner e Bryan Singer
Estreia Mundial: 23 de Maio de 2014
Estreia no Brasil: 22 de Maio de 2014
Gênero: Ação/Aventura/Fantasia
Duração: 121 minutos
Depois de X-Men: Primeira Classe, admito que não fazia a menor questão de ver algo relacionado à trilogia de Bryan Singer no cinema novamente. Na nova franquia dos mutantes, era perceptível o novo fôlego que o diretor Matthew Vaughn trazia, portanto não havia necessidade de juntar as duas linhas do tempo. No entanto, isso aconteceu e, para a minha surpresa, esse mix conseguiu trazer o melhor dos dois mundos. X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, não só é o pontapé para uma nova franquia, como também a redenção pelos medianos X-Men originais.
No futuro, a raça mutante está perto de sua extinção pelos Sentinelas que conseguem se adaptar aos poderes dos X-Men. Essas só foram criadas por causa da captura do DNA de mística (Jennifer Lawrence) em 1973. Por isso, Professor Xavier (Patrick Stewart na versão do futuro e James McAvoy no passado), juntamente com Magneto (Ian McKellen no futuro e Michael Fassbender no passado) decidem enviar Wolverine (Hugh Jackman) de volta no tempo com objetivo de unir as duas gerações de X-Men para impedir que os Sentinelas sejam criados, evitando a batalha que irá destruir a todos.
Um dos grandes desafios para o filme, seria conseguir lidar com a quantidade de personagens em contraponto com o tempo de projeção e, claro, com que tudo isso ficasse claro ao espectador. Esse objetivo é parcialmente atingido. A edição ágil de John Ottman (de Superman: o Retorno), funciona muito bem, com exceção dos primeiros 15 minutos iniciais, os quais a quantidade de cortes, principalmente na batalha, geram uma confusão, muitas vezes impossibilitando a compreensão do que está acontecendo em tela. No entanto, isso não volta acontecer, pois, no resto da narrativa, a montagem auxilia e muito bem na dinâmica dos personagens, os quais são apresentados de forma precisa e com um mínimo de aprofundamento.
Destarte, vamos a um dos pontos altos do filme: o roteiro. Não só a construção dos protagonistas a qual eu estava me referindo antes é muito boa, mas a ligação entre o passado e o futuro é feita de forma crível e sem muita enrolação ou explicação desnecessária. Ao mesmo tempo que referencia os acontecimentos das películas anteriores, apresenta um plot que pode ser assimilado, inclusive, por aqueles que não assistiram a nenhum dos antecessores. Além disso, não há como não citar as referências históricas (não vou comentar para não estragar a surpresa) as quais conseguem garantir não só um bom estabelecimento da história em nossa linha temporal, mas também garantem algumas risadas.
Bryan Singer, mesmo diretor dos três filmes da franquia original, assume o posto novamente, porém mostrando um novo vigor, apostando em alguns ângulos mais ousados os quais auxiliam, inclusive, para uma melhor experiência 3D. Ao passo que na maioria das outras produções, o uso do óculos é dispensável, em Dias de Um Futuro Esquecido, a profundidade está presente durante toda projeção, tornando a experiência em terceira dimensão um algo a mais a ser considerado. Ademais, Newton Thomas Sigel (diretor de fotografia de Drive e dos X-Men 1 e 2) opta por um aspecto sombrio o qual se mistura perfeitamente com o da narrativa.
Por fim, não posso deixar de comentar o espetacular elenco da produção. Ver James Stewart e Ian MacKellen juntos no mesmo filme com os novos atores em ascensão (a pesar de não atuarem um diretamente com o outro, pois estão em linhas temporais diferentes) como Michael Fassbender, James McAvoy e Jennifer Lawrence é algo único. Além disso, por interpretarem os mesmos personagens só que em momentos diferentes de suas vidas, conseguimos perceber alguns nuances que ambos apresentam, corroborando ainda mais para a ligação das duas gerações.
A despeito de ter gostado mais de X-Men: Primeira Classe, Dias de Um Futuro Esquecido, consegue ligar muito bem as duas linhas, sustentando-se, inclusive, como início de uma nova franquia, afinal, sabemos muito bem que alterar o passado, nem sempre dá muito certo. Se antes eu não tinha muita simpatia pelo universo da trilogia original, a junção das duas, conseguiu me convencer, inclusive, com as cena pós créditos, criando precedente para uma continuação a qual estarei ansiosamente aguardando.
TRAILER LEGENDADO
https://www.youtube.com/watch?v=BdHZg1TP0EU