Direção: Mauro Lima

Roteiro: Mauro Lima e Antonia Pelegrino

Elenco: Babu Santana, Robson Nunes, Alinne Morais, Cauã Reymond, Louis Lobianco, George Sauma

Produção: Rodrigo Teixeira e Rômulo Marinho Jr.

Estreia Nacional: 30 de Outubro de 2014

Gênero: Biografia

Duração: 140 minutos

Classificação Indicativa: 16 Anos

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É um pouco injusto falar de Tim Maia, quando, na verdade, pouco contato tive com sua obra durante minha vida. A despeito de sempre ouvir muito seu nome e algumas de suas músicas, nunca parei para refletir a importância que o cantor teve para a introdução do Soul/Funk e, principalmente, da cultura negra no Brasil. Só por isso já dou mérito à produção pela oportunidade de conhecer um pouco mais afundo a extraordinária carreira de Sebastião Maia. A grandiosidade do artista, entretanto, não é respeitada pelo filme o qual acaba por ser uma obra extremamente genérica e chata em alguns momentos (algo que Tim certamente abominaria).

A narrativa se divide em três fases: a juventude, ascensão da carreira e “queda” de Tim Maia (Robson Nunes, na juventude e Babu Santana, quando adulto). Acompanhamos desde a sua infância sofrida de vendedor de marmitas, passando sua juventude onde começou a carreira ao lado de Erasmo (Tito Naville) e Roberto Carlos (George Sauma), até sua explosão na cena musical para se tornar o Tim Maia que hoje conhecemos.

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Ainda que a história de vida do artista seja deveras interessante, o longa a torna chata, confusa e entediante. Sob o olhar do diretor Mauro Lima (Meu Nome Não é Johnny) a narrativa mais parece uma novela do que uma película. Seus planos são limitados, abusa de slow motions desnecessários (os quais chegam a ser vergonhosos em algumas cenas) e, para piorar tudo, ainda não estabelece uma geografia coerente de cena, tanto que em alguns momentos fica complicado entender onde o momento está se passando, mesmo com as excessivas narrações em off do personagem de Cauã Reymond, Fábio.

Além disso, o roteiro, também assinado pelo diretor, segue a mesma confusão. Se na geografia das cenas não sabemos onde estamos, no argumento, não há um a clara delimitação entre as épocas. Todas as fases do cantor vão passando sem um mínimo estabelecimento. De uma hora pra outra ele está vendendo muitos LPs, comprando uma casa e um carro, mas não o vemos fazendo um show (com exceção da abertura e desfecho da produção) ou até mesmo gravando as músicas para justificar todo o sucesso.

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Por fim, ressalto, a qualidade técnica da produção no que tange figurino, design de arte e maquiagem. Em termos de caracterização de época, a figurinista e o diretor de arte retratam de maneira muito fiel os estilos e a passagem do tempo. A maquiagem, principalmente em Babu Santana está espetacular, enxergamos nele Tim de uma maneira muito verossimilhante – mérito do trabalho conjunto entre vestuário, atuação e maquiagem.

Conquanto a produção não corresponda à importância que Tim Maia tem para a música brasileira, o simples fato dela existir já cumpre uma função social de apresentar o artista para quem (como eu) não tinha muita intimidade com suas músicas e até com seu estilo. Além de oferecer uma oportunidade para os fãs terem um pouquinho mais de seu ídolo. No resto, o filme só traz frustrações.

TRAILER

http://youtu.be/yRmopqbDHNg

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