Crítica | A Possessão do Mal

 

Título Original: The Possession of Michael King

Direção: David Jung

Roteiro: David Jung

Elenco: Shane Johnson, Ella Anderson, Cara Pifko

Produção: Paul Brooks

Estreia Mundial: 22 de Agosto de 2014

Estreia no Brasil: 01 de Outubro de 2015

Gênero: Terror

Duração: 83 minutos

Classificação Indicativa: 16 Anos

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Com o lançamento de A Bruxa de Blair, em 1999, o gênero mais tarde chamado de found footage, começava a engatinhar, atingindo sua maturidade, no quesito qualidade, mais recentemente, em 2008, com REC. No entanto, A Possessão do Mal, está mais próximo do primeiro do que o segundo, aliás, lembra mais Atividade Paranormal tanto qualitativamente quanto narrativamente. E não, isso não é nada bom.

Dirigido e escrito pelo estreante David Jung, o filme vai na contramão da maioria das produções do gênero, visto que nos apresenta Michael King (Shane Johnson), um documentarista amador em busca de alguma experiência que realmente prove a existência do sobrenatural, ou seja, não é o capiroto que vai atrás dele, mas, sim o contrário. Logo de início, a premissa se mostra bem interessante, dinâmica e engraçada, mas, como já diz a cultura popular, “quem procura, acha” e King acaba possuído por sei lá o que, porque a fita não faz questão alguma de explicar. Enfim, algo de estranho começa a controla-lo, deixando paranoico (lembrando, de certa forma, o que acontece com o protagonista de A Mosca, de David Cronemberg).

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Por mais que inicie de forma animadora, o grande problema está no fato de cometer os mesmos erros de atividade paranormal: o protagonista percebe que está errado e vai procurar ajuda? Não, ele não vai, prefere ficar filmando; Pode ter algo de errado na casa, o que ele faz? Continua morando e pior, morando com a filha e com a irmã. Em suma, são tanto furos no roteiro que, em certo momento, não tem mais como levar a sério. Nem tem como justificar esses deslizes pelo fato de Jung ser iniciante, pois tem muito macaco velho que faz pior.

A situação não se agrava ainda mais por causa do carisma de Shane Johnson que é uma das grandes surpresas do filme. Ele carrega a fita nas costas: começa como o descrédulo, depois percebe que algo de diferente está ocorrendo e, por fim, despiroca total e vira o demo. Isso tudo sem parecer forçado ou exagerado, mas na medida certa. Contudo, o argumento de Jung é falho nas explicações e, quando tenta apelar para uma lado mais emocional, beira a vergonha alheia e toda a tentativa do ator de construir uma linha de atuação demonstrando as alterações do personagem vai por água a baixo, ou melhor, é possuída pelo capiroto.

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The Possession of Michael King ou, aqui no Brasil, A Possessão do Mal (porque a possessão do bem estamos à procura, ainda) é tão ruim quanto a sua tradução, mas quando penso que poderia ser pior tipo “O Último Exorcismo 2”, fico quieto e apenas aceito. Esse é o sentimento vendo essa película: “é ruim, mas poderia ser pior”. Então, a melhor opção é esquecer. Próximo, por favor.

TRAILER LEGENDADO

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