Direção: Wes Ball

Roteiro: Noah Oppenheim, Grant Pierce Myers e T.S. Nowlin

Elenco: Dylan O’Brien, Aml Ameen, Ki Hong Lee, Blake Cooper, Kaya Scodelario

Produção: Marty Bowen, Wyck Godfrey, Ellen Goldsmith-Vein, Gotham Group, Lee Stollman e Lindsay Williams

Estreia Mundial: 19 de Setembro de 2014

Estreia no Brasil: 18 de Setembro de 2014

Gênero: Ação/Mistério/Sci-Fi

Duração: 113 minutos

Classificação Indicativa: 14 Anos

 

2014 é o ano das distopias no cinema. Tivemos Divergente no início do ano, O Doador de Memórias, em novembro teremos a primeira parte do derradeiro final da Saga Jogos Vorazes e agora temos Maze Runner. De fato, lidar com realidades alternativas sempre mexe muito com o ser humano. O fato de imaginar como seria viver em uma sociedade completamente diferente é sempre intrigante, mas não só isso, é continuamente uma nova maneira de repensar o modo como nos portamos atualmente. Em 1984, George Orwell conseguiu denunciar todas as mazelas da nossa coletividade através de analogias. Ray Bradbury em Fahrenheit 451 (adaptado para a tela grande por Truffaut) fez a mesma coisa ao tirar o poder de leitura do povo.

Não é pouco, dessarte, o poder que essas histórias têm de levantar questionamentos, indignação ou, melhor, de nos fazer ver a realidade com outros olhos. À vista disso, sempre fico muito animado ao saber que teremos mais uma produção que envolve o “gênero”, visto que acredito no potencial transformador que essas obras podem chegar a ter. Entretanto, a ganância dos estúdios e a falta de confiança no público teen terminam por destruir excelentes enredos em detrimento da suposta comercialização. É o que acontece com Divergente e é o que ocorre aqui em Maze Runner, também.

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Começando in media res somos inseridos dentro da Caixa junto com Thomas (O`Brian), nela todo mês chegam suprimentos e um “calouro” para uma comunidade presa no meio de um labirinto.  Essa sociedade começou com Alby (Aml Ameen), há três anos atrás, sendo responsável pelo início do desbravamento do local. Com o passar do tempo, foi se descobrindo que a única maneira de voltar à liberdade seria conseguindo vencer o labirinto, por conseguinte, criaram-se os Runners, responsáveis pelo mapeamento do local, aparentemente sem sucesso. Tudo ia tranquilo até a chegada de Thomas, o grande agente da mudança devido a sua personalidade questionadora. Enquanto os outros pareciam estar conformados com a situação abusiva, ele se mostrava inconformado e disposto a alterar o certame. Contudo, suas atitudes acabam gerando um série de consequências as quais, consequentemente, vão tirar a sociedade da “zona de conforto” adquirida, restando aos habitantes a escolha entre a liberdade e a comodidade.

Os problemas já começam na estrutura do roteiro: além de previsível, aposta na irritante convicção de ficar induzindo a um suspense cuja resposta já é jogada na sua cara com menos de cinco minutos de filme. Porém, acerta na introdução do universo. Em vez de simplesmente fazer um dos personagens ficar narrando tudo em off (cof Divergente cof), vamos nos familiarizando com a comunidade e suas regras à medida em que o protagonista o faz, gerando uma maior intimidade com o espectador (não que isso seja original, mas já foge do obvio e do mastigado de outras séries).

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O Diretor Wes Ball, estreante em longas, se sai razoavelmente bem. A despeito dos cortes frenéticos de algumas cenas, com intenção obvia de dar maior agilidade para narrativa, ele lança mão de uma coerente angulação de seus planos, principalmente por evitar planos mais abertos, em razão de os personagens estarem presos no meio do labirinto, aumentando a claustrofobia. Percebe-se, entretanto, que seus pontos altos na direção advêm das cenas de ação misturados com efeitos especiais – muito disso pelo fato dele já ter maior experiência na área de SFX. As melhores passagens do longa são as cenas dentro do labirinto, a atmosfera criada é muito coerente e assustadora, transformando-o quase em um personagem.

A película só não se afunda ainda mais, porque tem a presença de Dylan O`Brian que, mesmo não sendo um dos atores mais competentes da atualidade, tem muito carisma, ganhando o espectador facilmente da mesma forma que faz com Stiles em Teen Wolf. Fora uma ou outra exceção, o resto do elenco é bem medíocre, a menção honrosa vai para Will Poulter que não só administra um dos vilões mais falhados dos últimos tempos, como também não traz nenhum peso para a figura.

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Maze Runner, infelizmente, não consegue destaque entre as distopias. É um imenso prequel, pois cria todo um enredo para tentar explicar nos últimos cinco minutos de filme, não o resolvendo, deixando toda as consequências para o segundo filme. Diferente de Jogos Vorazes: Em Chamas que apresenta um início, meio e fim, designando o aprofundamento dos resultados para a continuação. Aqui isso não ocorre, termina quase que tão abruptamente quanto O Hobbit: A Desolação de Smaug. E sim, consegue ser tão chato quanto o Hobbit, mas com, pelo menos, uma hora e meia a menos.

TRAILER LEGENDADO

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