Direção: Clay Kaytis e Fergal Reilly
Roteiro: Jon Vitti
Produção: John Cohen e Catherine Winder
Estreia Mundial: 20 de Maio de 2016
Estreia no Brasil: 12 de Maio de 2016
Gênero: Animação
Duração: 97 minutos
Classificação Indicativa: Livre
Acho que todo mundo já ouviu falar do jogo Angry Birds. Sim, aquele que ficou muito famoso no início da era dos smartphones em que o objetivo era destruir as construções dos porquinhos atirando pássaros (sem a habilidade de voar) com um estilingue. Eis que resolveram adaptá-lo para o cinema e a grande questão era: como iam fazer isso? Pois bem, por incrível que pareça, há muito do jogo no filme, aliás, os melhores momentos da fita são justamente quando esta se rende totalmente à sua fonte (mas não posso falar muito por que seria spoiler). Contudo, o grande acerto está em, além disso, apresentar os personagens e, fazendo referências às suas habilidades presente no game, construí-los enquanto protagonistas e, assim, criar um vínculo com o público.
Red é um pássaro que sempre foi criado sozinho e, de certa forma, excluído da “ilha dos pássaros”, local onde vários tipos dessas aves vivem em conjunto de forma bastante artificial, diga-se de passagem. Após perder a cabeça e quebrar um ovo de uma família que estava prestes a receber um filho (em uma das cenas mais bizarras que eu já vi em uma animação), Red é condenado a passar um tempo em uma reabilitação cujo objetivo é, pasmem, controlar a raiva (Angry Birds, raiva, sacou?). Lá ele conhece outros condenados: o veloz Chuck, o Bomba (cujo nome autoexplica o que acontece com ele) e o gigante e amedrontador Terencio. Quando um grupo de misteriosos porcos verdes aparece, o protagonista começa a desconfiar da presença deles e tenta avisar os habitantes dos perigos desses visitantes. Porém, inicialmente, ninguém lhe dá muito crédito, até quando as coisas começam a sair do controle.
Com efeito, o longa surpreendentemente funciona e muito bem, por sinal. Grande parte se deve ao roteiro de Jon Vitti (Os Simpsons e The Office) que consegue, de maneira leve, apresentar piadas inteligentes e, claro, muito engraçadas. Ademais, o ritmo quase que frenético não deixa espaço para nenhuma barriga, embora a ação propriamente dita só ocorra no terceiro ato. Ainda mais, a animação, o desenho e a fotografia seguem uma paleta de cores deveras minimalistas que não só funcionam como são belíssimas, servindo de exemplo para o Ratchet e Clank que também se utiliza de pouca variedade na coloração, mas é simplesmente bizarro.
Por outro lado, alguns aspectos “sociais” pincelados pela produção chegam a ser um tapa na cara do espectador, principalmente nos imigrantes. Os porcos são retratados como se fosse latinos/indianos/insira qualquer outro povo imigrante aqui invadindo os EUA ou a Europa para vender produtos falsificados e tentar chamar atenção dos americanos e, claro, roubar o lugar dos nativos. A despeito dessa questão não ser tão gritante e não ser tão aprofundada no filme, visto que os próprios moradores também tem defeitos como o egoísmo e a intolerância, chega a ser chata essa analogia que acabamos fazendo.
Por fim, Angry Birds: O Filme é uma grata surpresa. É uma animação despretensiosa, que pode não ter o mesmo objetivo narrativo que as produções da Pixar (ou até algumas da DreamWorks), porém tem semelhante qualidade técnica tanto no traçado quanto no desenho. Além disso, tendo em vista as diversas parcerias e versões especiais que o jogo têm, quem sabe um dia não vejamos um filme do Angry Birds com uma temática de super-herois ou de Star Wars, da mesma maneira que observamos no filme Uma Aventura Lego. Bem, certamente é apenas o início e já estou ansiosamente aguardando o que vem pela frente.
TRAILER DUBLADO