Direção: Marya Cohn
Roteiro: Marya Cohn
Elenco: Emily VanCamp, Michael Nyqvist, David Call
Produção: Kyle Heller e Gina Resnick
Estreia no Brasil: 11 de Dezembro de 2015
Estreia Mundial: 26 de Maio de 2016
Gênero: Drama
Duração: 96 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos
Todos temos nossos traumas e situações que tentamos de todas as formas esquecer e, (in)felizmente, temos de lidar com estes. Uns conseguem fazer da situação um momento de superação, ao passo que outros acabam deixando isso se introjetar de uma forma que impeça o seu desenvolvimento tanto pessoal quando profissional. Bem, aqui em A Garota do Livro, a protagonista se encaixa, exatamente na segunda opção e, antes que você tenha aquele pensamento falacioso de que é apenas um vitimismo e de que falta força de vontade, sugiro assistir a fita para tentar entender que não se trata nada disso.
Alice (Emily VanCamp) é uma mulher de 29 anos que sempre sonhou em ser escritora e que atualmente, além de não conseguir escrever, também não tem sucesso no seu trabalho como editora, pois seu chefe não lê as obras que ela indica. Em suma, ela não está feliz. Ademais, a situação começa a piorar quando Milan (Michael Nyqvist), um escritor de sucesso, reaparece em sua vida, fazendo-a lembrar de momentos que eles passaram juntos quando ela tinha 14 anos e que, além de não ficaram bem resolvidos, influenciam, ainda, na sua vida contemporânea.
Tematicamente o filme é muito interessante, visto que consegue juntar pedofilia, machismo, fracasso no trabalho. Enfim, vários temas sensíveis e que representam muito a nova geração que precisa ter sucesso, estar estabilizada, casada, com um bom emprego com 20 ou, no máximo, 30 anos. E, claro, se você não atinge estes objetivos, você fracassou ou pior, não é levado a sério. Alice (e qualquer relação que façamos com Alice no País das Maravilhas e a dificuldade dela se adaptar com um novo mundo, não é mera coincidência) vive neste dilema. Mas o buraco fica mais fundo quando o primeiro professor que a ensinou a escrever reaparece, fazendo com que ela se recorde dos abusos sexuais por ele cometidos. Assim, ela começa a repensar suas atitudes, mas não é nada muito fácil de se esquecer.
Ademais, é interessante a forma como a diretora usa para introduzir todos os acontecimentos: ela vai intercalando o presente com o passado. Vale salientar a maneira como ela mostra a repetição de situação em tempos diferentes – o que não deixa de ser uma metáfora sobre o crescimento da protagonista, quase que dizendo que, em 15 anos, nada mudou, tudo está na mesma. Cabe ressaltar, também, o excelente trabalho feito pela atriz Emily VanCamp que consegue levar o filme nas costas e, claro, transmitir a força que a personagem tem para enfrentar todas estas adversidades.
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