A Criada (Ah-ga-ssi, 2016); Direção: Chan-wook Park; Roteiro: Seo-kyeong Jeong e Chan-wook Park; Elenco: Min-hee Kim, Tae-ri Kim, Jung-woo Ha, Jin-woong Jo; Duração: 144 minutos; Gênero: Drama, Romance, Thriller; Produção: Syd Lim e Chan-wook Park; Distribuição: Mares Filmes; País de Origem: Coréia do Sul; Estreia no Brasil: 12 de Janeiro de 2017;
Estreia nessa quinta-feira (10 de Janeiro de 2017), “A Criada”, novo trabalho do diretor sul-coreano Park Chan-Wook. Um dos principais nomes do cinema oriental, é famoso pelos seus trabalhos como “Oldboy” e a “Trilogia da Vingança“. Em 2013 nos trouxe “Segredos de Sangue“, seu primeiro filme em Hollywood com um elenco de estrelas que incluía Nicole Kidman e Mia Wasikowska. Infelizmente um filme morno, mas que serviu para lhe fazer retornar as origens.
“The Handmaiden“, a.k.a “A Criada” se passa na Coréia dos anos 30, quando durante a ocupação japonesa, a jovem Sookee é contratada para trabalhar como criada de uma herdeira nipônica, Hideko, que vive uma vida isolada ao lado do tio autoritário. Só que Sookee é uma vigarista e planeja desposar a herdeira e tranca-la em um sanatório.
Vencedora de prêmios, a direção de arte, figurino e a fotografia são os pontos altos do projeto e graças a ela, o suspense erótico ganha ares luxuosos nos moldes vitorianos. É uma adaptação minuciosa do universo do livro “Fingersmith”, de Sarah Waters, que transita em importantes eventos históricos, saindo da Inglaterra do século XIX e vai para a Coréia sob domínio dos japoneses na década de 1930.
Famoso pela sanguinolência que chamou a atenção de Quentin Tarantino, Chan-Wook decidiu apoiar junto ao sangue o sexo. O diretor bebe de fontes literárias eróticas e cria cenas que vão até o sadomasoquismo, onde os contos de Hideko acabam se misturando com belíssimas cenas de sexo. O domínio do diretor sobre a película e como ela irá mexer com o espectador é tão grande, que até nas cenas onde suas personagens estão na ápice da inocência existe uma sensualidade natural que outros filmes jamais conseguem (leia-se “50 Tons de Cinza” e “Love”).
O filme é dividido em três atos, onde o primeiro é dominado pela atuação de Tae-Ri, que contrasta a duçura e a ambição da jovem Sookee, perdida em seus sentimentos. A última cena da primeira parte é uma explosão, que resulta em toda a transformação de Kim Min-Hee, reencarnando uma nova fase sem esquecer dos traços da Hideko anterior. As duas estão maravilhosas em seus respectivos papeis. interpretando personagens que transitam da inocência a libertinagem.
Já vencedor do Grand Prix por Oldboy, injustamente Chan-Wook não colheu muitos frutos na sua exibição de “The Hadmaiden” em Cannes. As cenas de sexo causaram um “burburinho” que não acontecia desde “Azul é a Cor Mais Quente”, mas a produção perdeu os prêmios principais em uma edição que parece ter optado por histórias mais politicas. Mais difícil ainda é compreender porque o filme não é representante da Coréia do Sul no Oscar, que deve estar se corroendo após as inúmeras indicações e vitórias do filme na categoria de Melhor Filme Estrangeiros nos prêmios prévios.
TRAILER LEGENDADO
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