Após uma enxurrada de associações de críticos divulgarem os resultados dos melhores do ano, eis que chegou a hora dos principais prêmios divulgarem seus indicados. Essa semana tivemos três importantes termômetros: a AFI (Instituto Americano de Filmes) com seus 11 melhores filmes, deste ano, consagrados e imortalizados pelo instituto, logo após o SAG Awards, a honraria do sindicato dos atores de Hollywood, fechando a semana com os Globo de Ouro.
Vale ressaltar que críticos votam de forma independente e com certa liberdade do lobismo por parte dos estúdios, oposto de premiações de grande porte, muitas vezes refém da influência de poderosos padrinhos, caso de Harvey Weinstein, o “midas” de hollywood. Com a temporada no início, muita água ainda irá passar pela ponte, porém já dá pra ter uma noção do que esperar, vamos lá para mais uma série de considerações.
MELHOR FILME:
Birdman e Boyhood foram ovacionados pela crítica, considerado “Obras-Primas”, saem na frente na disputa com leve vantagem para o primeiro. Entretanto, muitos consideram serem filmes muito ‘artísticos”, o que pode prejudicar diretamente na briga pelo Oscar. Em tempo, cresce O Jogo da Imitação, sob a batuta do poderoso Weinstein, surpreendendo temos A Teoria de Tudo se solidificando na disputa e reafirmando a força de uma cinebiografia, sobretudo no padrão britânico de qualidade. Selma surpreendeu a todos e tende a ser o novo 12 anos de escravidão da temporada, beneficiado pela temática atual e pelo momento crítico que os negros passam nos EUA, contudo pode ser prejudicado pelo fato do Oscar já ter premiado um filme diretamente ligado aos movimentos negros.
Caminhos da Floresta, apesar de ter sido bem aceito pela crítica, ficou até aqui aquém das expectativas, porém é provável que vá preencher a lista. Invencível, nova empreitada de Angelina Jolie na frente da direção, falhou e conta com fortes chances de nada atingir, Whiplash e O Abutre estão comendo pelas beiradas e podem surpreender.
MELHOR DIRETOR:
Richard Linklater com vantagem, afinal foram 12 anos dedicados ao projeto, porém pode se prejudicar pelo mesmo problema de seu filme. Ava Duvernay tem tudo para ser a primeira negra indicada na categoria, contudo com chances reduzidas de levar, sobretudo por ser considerado ousadia demais sua consagração. James Marsh já premiado com um Oscar de documentário por O Equilibrista, pode surpreender e conseguir uma vaga. Iñarritu tem vaga certa, mas sua competitividade é incerta. Na quinta vaga podemos ter Mortem Tyldum, porém algum azarão pode roubar a vaga, como David Fincher (Gone Girl) ou até mesmo Damien Chazelle (Whiplash).
MELHOR ATOR:
Benedict Cumberbatch, Eddie Redmayne e Michael Keaton não só estão com vaga certa como encontram-se no páreo da disputa, com vantagem para o veterano Keaton, ressurgindo das cinzas em um papel exclusivo para ele, porém os promissores britânicos contam com a vantagem de interpretarem personagens reais, sobretudo Redmayne que se submeteu a transformações físicas, coisa amada pelo Oscar. Nas vagas finais, Steve Carrel reafirma-se como um ator além das comédias, porém se Foxcatcher murchar até o Oscar é provável sua esnobação. Temos também Jake Gyllennhal com o bem visto O Abutre, com fortes chances para ser indicado. Ainda temos Oscar Isaac e seu Um Ano Mais Violento, filme no qual poucos virão e quem viu achou arrebatador. O azarão da vez pode ser Ralph Fiennes, visto o fôlego que O Grande Hotel Budapeste vem ganhando.
MELHOR ATRIZ:
Julianne Moore com total favoritismo, num momento singular de sua carreira, tendo uma personagem debilidade vítima de doença, mais um ponto para finalmente ser consagrada ao Oscar. Jennifer Aninston, quem diria, surpreendeu a todos e mostrou ser uma atriz capacidade e que exige ser levada a sério, nada melhor que uma consagração ao Oscar para isso, ainda mais pela premiação adorar um renascimento de carreira. Felicity Jones tende a entrar na lista, sobretudo pela ovação que A Teoria de Tudo está tendo, as vagas finais ficam no duelo entre Rosamund Pike e sua Garota Exemplar, Reese Witherspoon e seu Livre e ainda Amy Adams, sob tutela dos Weinstein e seu Olhos Grandes e Emily Blunt e os Caminhos na Floresta. Vai depender como os estúdios irão agir nas campanhas e a reação do público nos filmes que ainda irão estrear, caso dos últimos citados.
MELHOR ATOR COADJUVANTE:
J.K. Simmons com favoritismo e totais chances de levar seu primeiro Oscar , seu principal oponente é Edward Norton, contudo tende a ser um dos casos onde a crítica e a premiação deram as mãos e o premiem. Podemos ver na categoria Ethan Hawke, Robert Duvall e Mark Rufallo, por Boyhood, O Juiz e Foxcatcher, respectivamente, porém como apenas servirão pra preencher a vaga, é facilmente capaz de serem substituídos, seja por Tom Wilkinson e seu Selma ou por Josh Brolin e seu Vício Inerente, se formos mais azarões, talvez até o queridinho e duplamente vencedor Christopher Waltz chegue de surpresa com seus Olhos Grandes.
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE:
Patricia Arquette (Boyhood), Meryl Streep (Caminhos da Floresta) e Keira Knightley (O Jogo da Imitação) polarizam a disputa que tende a ser a mais aberta das principais categorias. A terceira consegue ter leve vantagem por ter poderoso estúdio fazendo sua campanha e se tratar de um filme mais convencional, Meryl é prejudicada pelo fato de ser ela mesma e estar constantemente indicada, já Arquette sofre o prejuízo do filme ser muito artístico. Podem fechar a vaga Jessica Chastain (Um Ano Mais Violento) e Emma Stone (Birdman), porém está em aberto, temos ainda Laura Dern (Livre), Carmen Ejogo (Selma) e numa zebra maior Anna Kendrick (Caminhos da Floresta).