Direção: Nicholas Stoller
Roteiro: Andrew J. Cohen e Brendan O’Brien
Elenco: Seth Rogen, Rose Byrne, Zac Efron, Dave Franco.
Produção: Evan Goldberg, Seth Rogen e James Weaver
Estreia Mundial: 9 de Maio de 2014
Estreia no Brasil: 19 de Junho de 2014
Gênero: Comédia
Duração: 97 minutos
Admito que não tenho tido muita simpatia pelas últimas comédias que chegaram às telonas, afinal, a maioria não merece nem o posto de ser chamada de filme, visto que parecem especiais feitos para TV, sem cuidado com técnica, quem dirá roteiro e direção. Felizmente, de vez em quando, aparecem surpresas no caminho, como Vizinhos que não só é engraçado, como também faz piada em relação a vida real de seus atores sem medo de soar um pouco forçado ou exagerado.
No início da trama, somos apresentados aos pais de primeira viagem Mac (Seth Rogen de Superbad: É Hoje) e Kelly (Rose Byrne do ótimo Sobrenatural) os quais, em busca de sossego para criar seu bebê, acabam por se mudar para a vizinhança aparentemente perfeita. Mesmo com toda essa nova responsabilidade, eles ainda não perderam sua vivacidade e juventude, encontrando espaço ainda para ter suas aventuras sexuais pela casa – sem descuidar dos seus deveres como família.
No entanto, a felicidade do casal finda quando a Delta Psi Beta se instala na casa ao lado. Em um primeiro momento, Mac e Kelly fazem de tudo para não parecer os vizinhos chatos e velhos e acabam ficando amigos de Teddy (Zac Efron de Um Homem de Sorte), presidente da fraternidade. Acontece a primeira festa; vêm a segunda; tem festa todo dia, bebê não dorme mais, muito menos o resto da família. A situação torna-se insustentável e a amizade se transforma em uma guerra entre vizinhos.
Desde o início já percebemos que a única diferença entre os “adultos” e os da faculdade são as suas idades, pois as atitudes de ambos os lados são extremamente infantis. Um lado vai tentando prejudicar o outro da maneira mais absurda possível. O diretor Nicholas Stoller (Ressaca de Amor), porém, acaba por cometer o erro crucial do filme justamente ao tentar mostrar essa rixa entre eles. Em suma, a película inteira acaba se baseando em episódios: um ataca, outro revida e o resultado em tela acaba ficando deveras repetitivo.
A despeito disso, ele acerta em cheio ao dar mais evidência a Kelly na trama. Em vez de colocá-la como a esposa chata que fica reclamando de tudo, ela é a peça fundamental para o andamento da história, além de contribuir para as cenas mais engraçadas da projeção. Enquanto isso, Mac (Seth Rogen mais a vontade do que nunca) segue as ordens da esposa. Trabalhando juntos eles vão alcançando o resultado aos poucos, ao passo que também vão sofrendo as consequências de seus atos – as quais são, no mínimo, hilárias.
Outro grande acerto do filme está na coragem de brincar e até debochar dos próprios atores, como quando o vice-presidente da fraternidade (interpretado por Dave Franco) chama Zac Efron de um ótimo ator, ou até mesmo com as piadas relativas à Seth Rogen. Além disso, durante todo a produção há referências a outros filmes da cultura pop, sempre debochadas, é claro – aqui o exemplo fica a cargo dos personagens imitando o Batman do Michael Keaton.
Sem dúvida, Vizinhos é uma das surpresas em relação às comédias do ano. A despeito do pequeno deslize do diretor ao transformar tudo em algo episódico e previsível, o filme consegue emplacar boas risadas, estabelecendo bem seus carismáticos personagens e, talvez o mais importante e supreendedor, conseguindo nos apresentar uma performance agradável de Zac Efron – algo que estava difícil de se ver ultimamente.
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