Thunderbolts 01

Crítica | Thunderbolts*

Já são mais de 10 filmes no Universo Cinematográfico da Marvel desde que a principal saga se encerrou em “Vingadores: Ultimato” e, de lá para cá, tirando uma ou outra produção, o sentimento que se tem é de que foram arrefecidos os ânimos em relação aos novos lançamentos e claramente há uma dificuldade de gerar engajamento como já foi visto antes. A realidade é que o sentimento de finalidade diminuiu o anseio por novos capítulos de um universo que instigava, quer goste ou não dos filmes, por sua faceta episódica, que por mais que tornasse esses filmes refém de uma narrativa maior, funcionava porque tinha uma destinação bastante clara. Depois dali, todo filme parece em um conflito eterno entre a falta de um rumo e a tentativa de inovar, ou refrescar, a narrativa de alguma forma. “Thunderbolts*” é mais uma produção a ser vítima dessa espécie de fase de transição que já se arrasta por alguns anos, reunindo personagens já conhecidos que sem ter muito o que fazer no grande esquema das coisas se veem “recrutados” pela personagem de Julia Louis-Dreyfus que, entre uma aparição em um filme ou outro, também estava deslocada até agora. “Thunderbolts*” vem para amarrar algumas dessas “pontas soltas” com uma história que parece refletir e suprir o sentimento de vazio que paira atualmente sobre as produções da Marvel.

Thunderbolts 02

Dada a temática de saúde mental que “Thunderbolts*” aborda é compreensível a escolha por Jake Schreier (“Cidades de Papel”) para comandar o projeto, visando utilizar a sensibilidade do cineasta para tocar num tema delicado com leveza e um rol de personagens fraturados enquanto se explora uma faceta carismática destes, que são também figuras que têm dificuldades de se encaixar socialmente. Teoricamente são boas ideias e todas visivelmente perceptíveis ao longo do filme, que não faz questão de sutilezas, e está tudo bem, o problema é como tudo funciona, ou melhor, não funciona, porque o todo passa longe de ser orgânico e tanto personagens como seus dilemas soam não só artificiais no contexto geral, mas dentro desse próprio Universo, onde outros filmes já tocaram em assuntos similares, ainda que não de forma tão aberta. E mesmo tratando isso como algo central, é tudo superficial porque a impressão é que “Thunderbolts*” se contenta em ser simpático ao invés de explorar seu máximo potencial. Nessa mesma toada vão se seguindo as sequências de ação, muitas visualmente chapadas e sem qualquer criatividade, as cenas nas ruas de Nova York, por exemplo, são de doer os olhos dada sua pobreza cênica e não chega a ser surpresa outra produção de custos astronômico da Marvel ter um resultado como este. Tão redundante quanto bater nessa tecla é entregar filmes aquém de seu potencial, que desperdiçam boas ideias pela falta de coragem em se comprometer, sem qualquer peso emocional e seguindo um padrão visual que sequer faz jus aos talentos na frente e atrás das câmeras.

Thunderbolts*” – Trailer Legendado:

Thunderbolts*” (2025); Direção: Jake Schreier; Roteiro: Eric Pearson e Joanna Calo; Elenco: Florence Pugh, Sebastian Stan, Wyatt Russell, Olga Kurylenko, Lewis Pullman, Geraldine Viswanathan, David Harbour, Hannah John-Kamen, Julia Louis-Dreyfus; Duração: 126 minutos; Gênero: Ação, Comédia; Produção: Kevin Feige; País: Estados Unidos; Distribuição: Disney; Estreia no Brasil: 01 de Maio de 2025;

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