Nos anos 70, nos Estados Unidos, surgiu a revista “Ms.”, voltada para o público feminino, com artigos e vertente editorial de caráter feminista.
Essa revista além de ter sido pioneira por contar com ampla equipe feminina, teve grande representatividade decorrente a veiculação das ideias feministas.
As leitoras eram instigadas a participar, mandando cartas que eram publicadas, respondidas. Às vezes, tais cartas rendiam artigos, publicações ou debates.
No entanto, por ter sido um marco em plena segunda onda feminista, dividiu bastante opiniões de diferentes mulheres que mandaram cartas nunca publicadas.
Partindo desse arquivo de cartas arquivadas, durante o período de 1972 até 1980, a diretora Irene Lusztig faz Um Abraço, na Sororidade (Yours in Sisterhood), dando voz aquelas que justamente usaram desse veículo de expressão e acabaram por serem silenciadas.
Cada carta tem um caráter crítico particular e extremamente representativo sobre o movimento, se tem relatos de mulheres negras, lésbicas, transexuais, carcerárias…
É uma pluralidade de vozes que faz refletir sobre o movimento feminista e sobre a sociedade num todo.
Ainda que o filme seja americano, passado em diferentes Estados do país, a temática é universal, podendo enxergar os relatos facilmente no Brasil.
É interessante um longa-metragem que repete tanto sua fórmula ser tão instigante. Sobretudo por expor contradições, propor reflexões e constatar o quão atrasado somos na questão de representação.
Cada carta inclusive poderia render um material para um projeto individual, de tão poderoso é seu discurso.
É um filme didático, necessário e fundamental para a construção de um novo pensar sobre sociedade, movimento e luta.
Para as mulheres, tenho convicção que se trata de uma obra redentora.
Confira nossa cobertura do 7º Olhar de Cinema.