A carreira de Paulo José contada em forma de poesia. O documentário “Todos os Paulos do Mundo” traz um panorama da trajetória de um dos maiores atores dos palcos e das telas, do Brasil. Assista ao trailer acima.

Dirigido por Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira e produzido por Vania Catani, da Bananeira Filmes, o longa mistura imagens de arquivo da extensa carreira de Paulo com momentos atuais, navegando por estilos diversos de documentário, numa livre relação poética entre Paulo José, seu legado material e seu autorretrato verbal, mediado pelos realizadores.

Rodrigo de Oliveira explica:

Todos os Paulos do Mundo” nasce da conjunção de três pessoas que amavam separadamente o grande Paulo José e se reúnem meio por acaso, Vania, eu, e meu codiretor, Gustavo Ribeiro.

O amor explica a razão da existência do nosso filme, mas é o próprio Paulo e seu trabalho incansável por décadas e décadas como ator, diretor e pensador do cinema e da cultura brasileira que nos guia.

Não existe ator brasileiro cuja carreira ilumine tão diretamente a constituição do Brasil como realidade e como utopia, as mazelas, o charme, a tragédia e a alegria.

Nós tínhamos um homem fazendo 80 anos de vida, a voz já tímida pelos anos de convivência com o Parkinson, mas ainda ativo e disposto a colaborar no filme conosco.

Ao mesmo tempo, existia um material vasto não só de seu trabalho, mas de seu pensamento registrado ao longo dos anos, que nos fazia acreditar que confiando na eloquência da arte do Paulo, nós conseguiríamos mostrar a complexidade e a amplitude da voz desse homem.

Presente no imaginário brasileiro desde os anos 60, os personagens de Paulo José incorporam as inúmeras tradições e contradições do caráter nacional.

Dessa maneira, além de um documento sobre o artista, “Todos os Paulos do Mundo” lança uma visão sobre o passado recente do Brasil.

Ator símbolo dos tempos que atravessou, é, ao mesmo tempo, testemunha e agente das transformações acontecidas no último meio século da nossa história.

Ele traduziu tanto a imagem do espírito livre dos anos 60 -nos filmes com Domingos de Oliveira, “Todas as Mulheres do Mundo” e “Edu, Coração de Ouro“- quanto a ressaca do golpe militar e a incorporação do desespero pós-AI-5 -em “A Vida Provisória“, de Maurício Gomes Leite, e “A Culpa“, também de Domingos;

Acompanhou todos os movimentos do cinema brasileiro, da paródia “chanchadesca” de Cassy Jones, o “Magnífico Sedutor” (de Luis Sérgio Person), aos dramas da era Embrafilme (como em “O Rei da Noite“, de Hector Babenco);

Esteve no coração da Retomada nos anos 90, e seguiu trabalhando com uma nova geração de realizadores surgidas nos anos 2000;

Com gosto pelo popular, transmitiu da alegria do Shazam, Xerife & Cia ao pesar do Orestes de “Por Amor” para milhões de brasileiros na televisão, onde, ainda, dirigiu inúmeros programas definidores do meio e cuja influência estética e conceitual se sente até hoje.

Sobre a carreira do filme nos festivais, o co-diretor Gustavo Ribeiro comemora:

O filme foi selecionado para todos os festivais em que foi inscrito.

Em 2017 houve a estreia do filme no Festival do Rio, em uma sessão muito emocionante, no Cine Odeon lotado.

Em São Paulo, foi exibido em outra sessão lotada e emocionante durante a 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, no Espaço Itaú.

Nas duas sessões, Paulo José foi aplaudido de pé.

Além disso, “Todos os Paulos do Mundo” foi exibido no 13º Panorama Internacional Coisa de Cinema, em Salvador, no 10º  Janela Internacional de Cinema, em Recife e no Festival de Tiradentes.

Sua estreia internacional foi no 39º Festival Internacional del Novo Cine Latino-americano de Havana.

Distribuído através do Projeto Sessão Vitrine Petrobras, o filme chega aos cinemas no dia 10 de Maio de 2018.

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