Cabíria Festival – Mulheres & Audiovisual, em razão da pandemia de Covid-19, terá a sua segunda edição em ambiente online, de 18 a 29 de novembro.

Com isso, o evento amplia seu alcance e estará disponível a quem se interessar em todo o país. No mesmo formato virtual, acontece em seguida o  Cabíria LAB de 30 de novembro a 5 de dezembro, ação voltada para as finalistas do Cabíria Prêmio de Roteiro. Toda a programação será gratuita.

Criado para somar ao debate e ações em prol à igualdade de gênero e diversidade na cadeia produtiva do audiovisual, em consonância com diversas iniciativas ao redor do mundo, sua primeira edição foi realizada em 2019, no Rio de Janeiro, com financiamento coletivo, parcerias e voluntariado. Desafiadora, a edição resultou em cinco dias de atividades gratuitas, com uma rede de 70 cineastas, 35 filmes, seminário com painéis, oficinas e masterclass, envolvendo 16 instituições/empresas do setor.

O evento é uma expansão do Cabíria Prêmio de Roteiro que desde 2015 incentiva a valorização de roteiristas mulheres e protagonistas inspiradoras, sob o lema “Por mais mulheres nas telas e atrás das câmeras”. Neste ano, na 5ª edição da premiação, as ações afirmativas ampliaram-se ainda mais através da gratuidade para roteiristas negras, indígenas, mulheres PcD (pessoas com deficiência) e pessoas trans nas quatro categorias de premiação: Piloto de série documental (nova); Longa-metragem de ficção; Argumento infantojuvenil de longa ficção; Piloto de série de ficção.

Encerradas em 31 de julho, as inscrições resultaram em 267 roteiros/argumentos submetidos, sendo 20% de gratuidade para roteiristas dos grupos acima identificados. Os prêmios se convertem, principalmente, em consultorias e laboratórios e, em cada categoria, serão direcionadas ao menos duas vagas para roteiristas negras e indígenas.

O Festival também se orienta pela lógica de ampliação da representatividade em termos de gênero, raça, cor, sexualidade e território. Ao público será oferecida uma ampla programação de obras de cineastas mulheres com sessões de longas e curtas-metragens, debates com as realizadoras, além de painéis, oficinas e masterclasses diversas, voltados para estimular a rede de cineastas mulheres, enriquecer a formação profissional das participantes e provocar reflexões.

Para Marília Nogueira, da Ipê Rosa Produções, e Vânia Matos, da Laranjeiras Filmes, realizadoras do festival, “o evento reforça a importância não apenas da equidade de gênero nos espaços de trabalho, mas também a do protagonismo feminino em suas próprias histórias. No contexto do audiovisual, a iniciativa soma à luta para que mulheres tenham vez e voz ao contar suas vivências, seja escrevendo roteiros, dirigindo projetos ou atuando em personagens de destaque. Já fora das telas, o Cabíria Festival – Mulheres & Audiovisual promove o reflexo desse empoderamento na vida pessoal de cada mulher, incentivando e respeitando seu direito de escolha, suas experiências e demandas”, ressaltam.

Além disso, diante dos cortes dos financiamentos públicos e privados à cultura e da constante ofensiva ao setor promovida pelo governo federal, intensificadas pela pandemia do Covid-19, o Cabíria Festival – Mulheres & Audiovisual reúne profissionais mulheres para resistir e reagir. A ideia é pensar alternativas para desenvolver projetos, resguardar os empregos gerados pela indústria do audiovisual e manter ofertas de programação para o público.

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