Jumanji: Bem-Vindo à Selva (Jumanji: Welcome to the Jungle, 2017); Direção: Jake Kasdan; Roteiro: Chris McKenna & Erik Sommers e Scott Rosenberg & Jeff Pinkner; Elenco: Dwayne Johnson, Jack Black, Kevin Hart, Karen Gillan, Nick Jonas, Bobby Cannavale, Alex Wolff, Madison Iseman, Ser’Darius Blain, Morgan Turner; Duração: 120 minutos; Gênero: Aventura, Ação, Comédia; Produção: Matt Tolmach, William Teitler; País: Estados Unidos; Distribuição: Sony Pictures; Estreia no Brasil: 04 de Janeiro de 2018;

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Crítica | Jumanji: Bem-Vindo à Selva 02

Longe de mim querer algum saudosismo ou nostalgia, mas é verdade que o Jumanji original possuí uma relação afetiva que é marco na infância de muitos, assim como ocorre comigo. Uma revisão ao filme de Joe Johston deixa bastante claro os motivos pelos quais foi, e até hoje talvez seja, uma obra tão efetiva. Ainda que alguns dos efeitos estejam datados, outros ainda funcionam muito bem, mas tudo que uma contextualização não resolva. Apesar de diversos problemas (talvez até morais) havia ali, porém, um tom ligeiramente sombrio que imprimia ao público o senso aventuresco e os riscos de uma gratificante jornada emocional.

Mas se já nos idos de 1995 jogos de tabuleiro começavam a perder espaço para outros tipos de jogos, principalmente os videogames -que apresentavam uma forma completamente nova de experiência-, hoje até mesmo estes jogos físicos e presenciais são assomados pelos consoles, onde é comum se ver jogar, por exemplo, Uno com conhecidos ou desconhecidos, online num mundo virtual, com elementos que só tendem a agregar a experiência. Para o original a projeção dos desafios do tabuleiro servia até como uma sutil gag da falta de atrativos do mesmo para muitas crianças, uma compreensão que o novo filme jamais apresenta possuir frente ao período contemporâneo.

Crítica | Jumanji: Bem-Vindo à Selva 03

Ainda que se possa querer invalidar um discurso minimamente intelectual sobre Jumanji: Bem-Vindo à Selva (Jumanji: Welcome to the Jungle), não é possível fazê-lo. Até porque usar a desculpa da despretensão do filme é justamente ignorar o fato de que experiências superiores ao cinema estão a um alcance muito mais cômodo atualmente. Essa espécie de presunção, de que a sétima arte é superior a outros meios, como a própria televisão, por exemplo, é um equívoco que auxilia na dificuldade em adaptações cinematográficas de jogos. Assim, são os próprios filmes que se tornam reféns de uma inferioridade baseada em pura ignorância.

Ou até mesmo ingenuidade, porque o que se tira daqui é de uma leviandade estarrecedora. O temor em fazer o público encarar algo minimamente complexo fada o filme a uma inanição que torna qualquer emoção intransponível. Risadas se tentam arrancar a todo custo, mas são completamente todas redutivas e também esbarram nos estereótipos que o filme pensa desconstruir, mas que, na realidade, apenas reforça. Sequer a dinâmica entre Dwayne Johnson e Kevin Hart -que fez valer Um Espião e Meio– funciona aqui, pois no geral é um filme deveras desinteressante e, de fato, decepcionante.

Crítica | Jumanji: Bem-Vindo à Selva 04

Não se vai muito além do que está no trailer e esse é um dos problemas fundamentais no filme, porque não há nada que seja capaz de fisgar a atenção por muito tempo. Quando paramos para pensar, o que mais se destaca nos jogos é a imersão, e um filme que adapta um jogo, ainda que fictício, falha completamente em gerar qualquer tipo de imersão. Algo básico, porém nem mesmo as sequências de ação se fazem algo empolgante, sendo resultado de uma direção que é completamente medíocre e não possuí cacoete algum para criar sequer uma cena que seja mais do que uma reprodução genérica sustentada por um desperdício de efeitos visuais.

Jumanji: Bem-Vindo à Selva escolhe a fórmula mais batida e se desenvolve da maneira mais burocrática possível, nunca sai de sua zona de conforto e assim não arrisca criar qualquer elemento que, até dentro do próprio filme, se torne memorável -ao menos não intencionalmente. Não há qualquer graça em assistir algo que não foge de um padrão equivocado e que se faz tanto inofensivo como insípido e incapaz de qualquer comoção. Sua única capacidade é, aliás, nos fazer questionar, provavelmente pela eternidade, o porquê da personagem de Karen Gillan (Guardiões da Galáxia Vol. 2) ter tal figurino.

Jumanji: Bem-Vindo à Selva – Trailer Legendado:

3 Comments

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  3. Essa resenha é interessante, me ajudou a perceber alguns detalhes que passaram despercebidos na primeira vez que a vi. Eu vi esse filme porque eu amo os atores que participam dele. Especialmente Dwayne Johnson, é maravilhoso e tem grande talento também tem muito estilo e personalidade. Eu acho que é um dos melhores filmes de ação e aventura, mesmo sabendo que a história é magnífica e moderno Eu recomendo para uma tarde de filmes na companhia de amigos.

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