A Grande Mentira (The Good Liar, 2019); Direção: Bill Condon; Roteiro: Jeffrey Hatcher; Elenco: Helen Mirren, Ian McKellen, Russell Tovey, Jim Carter; Duração: 110 minutos; Gênero: Drama, Suspense; Produção: Bill Condon, Greg Yolen; País: Estados Unidos; Distribuição: Warner Bros. Pictures; Estreia no Brasil: 21 de Novembro de 2019;

A Grande Mentira 02
(Divulgação/Imagem: Warner Bros. Pictures/Chiabella James)

O potencial de “A Grande Mentira“, novo longa do diretor Bill Condon, é se propor em ser um estudo de gênero e de análise de personagem. Tais propostas soam inconclusivas, com a tentativa de Condon em chocar o espectador, enganando a nós sobre o que estamos verdadeiramente vendo. É a tática da quebra de expectativa, se em filmes de suspense de M. Night Shyamalan (“Vidro“), por exemplo, isso consegue funcionar e gerar impacto, num diretor menos expressivo como este acaba gerando uma certa apatia. Temos um plot que, praticamente, não faz muito sentido, com um elenco bastante inspirado, desperdiçado em um jogo de maneirismos.

A estória, adaptada de romance homônimo, foca no vigarista Roy (Ian Mckellen), um predador de viúvas, aplicando pequenos golpes nelas e em empresários. Ele conhece a vítima perfeita: Betty (Helen Mirren), uma viúva solitária, tendo a companhia momentânea apenas do neto. Em dado momento, o golpista acaba se vendo envolvido, verdadeiramente, com a mulher. O conflito se dá se ele deve ou não aplicar o golpe, a deixando na falência.

Bobo. É o sinônimo para definir esse filme. A narrativa é interessante, mas acaba capengando por caminhos previsíveis. A relação dos personagens é bastante artificial, os golpes de Roy são cheios de furos. A análise psicológica do personagem é risível de tão rasa. O desfecho é aquela reviravolta chocante, mas que soa fútil. É a quebra de uma expectativa que nunca foi gerada, realmente. Carece de uma direção precisa, em conseguir construir clímax e gerar empatia entre os personagens. Tanto faz os caminhos daqueles personagens.

É uma pena perceber o talento de McKellen e Mirren sendo desperdiçados dessa forma. Eles tentam, fazem o possível para defender seus respectivos personagens, contudo, falta dramaticidade, clímax, ou qualquer coisa genuína. Bill Condon se consolida como aquela promessa que nunca aconteceu. Uma pena para o cinema. Na expectativa, real, que os grandes atores consigam projetos mais inspirados e instigantes. Não foi aqui.

“A Grande Mentira” – Trailer Legendado:

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