O Melhor Professor da Minha Vida; (Les Grands Esprits, 2017); Direção: Olivier Ayache-Vidal; Roteiro: Olivier Ayache-Vidal; Elenco: Denis Podalydès, Abdoulaye Diallo, Léa Drucker, Pauline Huruguen, Mona Magdy Fahim, Alexis Moncorgé; Duração: 106 minutos; Gênero: Drama, Comédia; Produção: Alain Benguigui, Thomas Verhaeghe; Distribuição: Imovision; País de Origem:França; Estreia no Brasil: 05 de Outubro de 2017;

A profissão do ensino é a carreira que consegue transcender as diversas áreas do saber. Todo e qualquer estudante, lembra de alguma professor(a), seja com carinho, seja com desafeto. São pessoas que inspiram, trabalham duro e nem sempre são recompensadas devidamente. Em O Melhor Professor da Minha Vida o diretor estreante Olivier Ayache-Vidal tenta, a sua maneira, prestar a devida homenagem aos educadores, ainda que derrape ao não desenvolver adequadamente as relações entre seus principais personagens.

Na história, acompanhamos François Foucault (Denis Podalydès), um professor não muito satisfeito com sua turma de alunos no Lycée Henri IV em Paris – um dos mais luxuosos colégios da França. Após um mal entendido, ele é forçado a dar aulas em uma escola da periferia completamente diferente de seu trabalho anterior. Surpreso com a falta de motivação e de esperança dos alunos, o protagonista decide mudar seus métodos didáticos para se adaptar a nova realidade e cair no gosto dos discentes.

O Melhor Professor da Minha Vida acerta no tom e no ritmo que constrói. É bastante leve e simpático, ao mesmo tempo em que trata de temas pesados como preconceito contra negros e pobres. Aliás, o longa é preciso ao abordar como na maioria das vezes a culpa dos baixos desempenhos não é exclusiva das crianças, tudo pode estar ligado à falta de confiança no alunado e de vontade de alguns docentes. Isso fica muito bem exemplificado no momento em que o professor de matemática da escola fica praticamente subjugando seus estudantes – algo que, inclusive, já vi muito educador fazendo por ai.

Por outro lado, a produção peca no desenvolvimento das relações entre Foucault e Seydou (um dos aprendizes que cai nas graças do protagonista). A despeito de inicialmente a aproximação dos dois ser bem perturbada, aos poucos eles vão se ajeitando e uma cumplicidade nasce. Porém, é tudo tão rápido e tratado de forma inconveniente que não há tempo hábil para que o espectador compre essa amizade dos dois.

O Melhor Professor da minha vida, por fim, é um filme agridoce e de bastante coração ao acreditar na força da oportunidade para pessoas carentes. Possui uma mensagem necessária e poderosa, principalmente em tempos de conservadorismo em que se tenta, a todo custo, retirar cotas, cortar orçamento para educação, tudo para diminuir a qualidade de ensino para aqueles que não podem pagar escolas e faculdades particulares caras. E depois ainda me aparecem com esse papo de meritocracia. O filme é uma prova de isso é uma bela de uma mentira.

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